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OPINIÃO

Pato Fu e Penélope se unem em diálogo de alma punk e fofura no Rock in Rio

Fernanda Takai, do Patu Fu, que dividiu o palco com a banda Penélope no Palco Sunset, na segunda noite do Rock In Rio 2024 Imagem: Divulgação

Leonardo Lichote

Colaboração para Splash, no Rio

14/09/2024 19h35

Defensores de um pop-rock que cruza inventividade, bom humor, alma punk e doses de fofura, Pato Fu e Penélope uniram forças para abrir o Palco Sunset na Cidade do Rock neste sábado (14). O diálogo correu natural, comandado pelas vozes de Fernanda Takai e Érika Martins, harmonizadas na graça com atitude. As bandas começaram e terminaram o show juntas no palco, registrando aí alguns de seus pontos altos. Mas separadamente — ou em combinações que incluíam apenas as vocalistas — conseguiram bons momentos. Apesar de o repertório autoral do Pato Fu se mostrar mais maduro em seu existencialismo pop, as canções da Penélope têm apelo, e a banda sabe incutir sua personalidade em composições de artistas como Chico Buarque ("Ciranda da Bailarina") e Tom Zé ("Namorinho de Portão"). Prometido desde a década de 1990, o encontro talvez tenha se mostrado mais consistente pelo passar dos anos. O tempo, mano velho, reafirmando que sabe das coisas.

CALOR
A sensação térmica de mais de 30° se refletia no telão que, com um filtro vermelho, mostrava a bateria sendo vigorosamente tocada em "Eu". A canção abriu o show, com as duas bandas no palco formando uma parede sonora -- destaque para as duas baterias soando juntas. Abertura exata, dando uma ideia do vigor e do humor que viria pela frente. O vermelho quente aparecia também nos óculos e na meia calça de Érika e no detalhe da camisa preta de John. Noutro momento, o fogo no telão instalou uma atmosfera infernal para convocar o metal sacana-satânico "Pega Capetão".

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SÓ VOCÊS
Em "Perdendo Dentes", Fernanda deixou a plateia cantar sozinha, e a multidão atendeu à deixa. Foi bonito. O mesmo aconteceu em "Sobre o Tempo". Esta, aliás, teve no telão imagens antigas da banda que potencializaram a reflexão dos versos sobre o tempo.

MULHERES
A clássica "Ovelha Negra", de Rita Lee, foi lembrada num momento em que ficaram apenas as mulheres das duas bandas no palco e a convidada Érika Nande (ex-integrante da Penélope).

Érika Martins, da banda Penélope, que se apresentou com o Pato Fu na segunda noite do Rock In Rio 2024 Imagem: Divulgação

MAIS HOMENAGENS
Érika dedicou o show a Luisão Pereira, integrante original da Penélope morto neste ano. Nesse momento, com a presença da convidada Constança Scofield, também da formação original, a banda tocou a bela "Der Mond", parceria das duas.

QUEEN
Meio de onda meio a sério, Ricardo Koctus, o baixista do Pato Fu, puxou "We Will Rock You". A plateia embarcou.

B-52S
O show terminou com todos no palco cantando "Private Idaho", do B-52s. A alegria sagaz do new wave, gênero do qual a banda é uma das mais nítidas representantes, é um ponto de contato entre Pato Fu e Penélope.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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