Travis Scott atrasa, reclama, mas mostra ousadia que falta ao Rock in Rio
Travis Scott fez jus ao seu status de headliner mais ousado do Rock in Rio 2024. Antes das outras seis estrelas com obras mais convencionais dos próximos dias, ele fez nesta sexta-feira, 13, um show potente e com um senso de perigo que falta ao evento. Ele atrasou 40 minutos, reclamou da produção por falhas nos telões e fechou um dia conturbado de festival entre gritos, lamentos com AutoTune e trap psicodélico com graves treme-terra.
'BOHEMIAN RHAPSODY' DOS ENZOS
Travis está na vanguarda da produção musical atual como ídolos do Rock in Rio 85 estavam há 40 anos. "Sicko Mode", um dos hits em sequência do final do show, é megalomaníaca, arrojada e cheia de mudanças de dinâmica. Faz a cabeça da Geração Z de forma semelhante a "Bohemian Rhapsody", do Queen, na época do primeiro festival.
PEDRA NO CAMINHO (DA LUD)
Ele conseguiu montar no festival quase toda a parafernália da turnê "Circus Maximus", com uma cenografia distópica, de terra arrasada, com rochas gigantes. Foram as pedras no caminho de Ludmilla. A brasileira quase não cantou mais cedo no palco, por não poder usar a estrutura que queria, nem passar pela passarela, guardada para Travis Scott. Ao caminhar por ela, entre fogos disparados a todo momento, conseguiu fazer um show grandioso e próximo dos fãs.
RECLAMAÇÃO
A produção do Rock in Rio ouviu reclamações das estrelas do início ao fim do dia. Depois de Ludmilla, foi a vez de Travis Scott dizer que, por culpa da organização, os telões não estavam funcionando bem. Mas o resto do show seguiu sem problemas.
SÓ 195 'FEINS'
Talvez para compensar o atraso, Travis tocou o hit "Fe!n" "apenas" cinco vezes seguidas. Em outros shows, costuma repetir ainda mais. Como a cada execução ele repete a palavra do título 39 vezes, foram 195 "feins" pronunciados enquanto o público abria uma roda de mosh gigante, que se manteve até o final do show, com os hits espremidos. Talvez tenha sido mais breve do que os fãs esperavam, mas, sem dúvida, foi intenso.
Opinião
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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
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