Horas em pé, nada de banheiro: Carol Ribeiro conta como é cobrir o Emmy
Carol Ribeiro cobre o tapete vermelho dos grandes eventos de Hollywood há dez anos. Modelo veterana e ex-VJ da MTV, topou o desafio e hoje conversa com as estrelas em eventos como o Oscar, Grammy, SAG e Emmy.
E é no tapete vermelho do Emmy, a maior premiação da televisão, que Carol estará neste domingo (15). Em entrevista a Splash durante os preparativos para o prêmio, a apresentadora relembra sua trajetória na TV e dá detalhes dos bastidores da cobertura.
Quando o primeiro convite surgiu, Carol deixou as dúvidas de lado e decidiu topar a oportunidade, que hoje vê ocomo um "presente". "Eu sempre fui muito reticente. 'Ai, será que eu devo? Eu não devo? Eu não entendo disso, eu não entendo daquilo'. Eu falei: 'Quer saber? Eu vou me jogar para uma coisa nova e aproveitar a oportunidade de conhecer um novo mundo.'"
Para se preparar, ela estuda bastante e assiste ao máximo de séries que pode. "Eu respiro muito, rezo, peço proteção. [risos] Brincadeira, mas assisto a todas as séries possíveis. Com os streamings é muito mais fácil. Assisto às entrevistas, junkets, Q&As [perguntas e respostas] dos artistas sobre as séries. Isso ajuda muito a realmente se envolver. O difícil é que eu acabo gostando de tudo.
Quanto mais a gente estuda sobre o trabalho deles para fazer aquele trabalho, mais a gente se apaixona pelo que eles fazem. Carol Ribeiro
Apesar da experiência, Carol conta que ainda sente um frio na barriga antes de entrar ao vivo. "Esse frio na barriga tem que existir, esse nervoso tem que existir, porque senão perde a graça. Cada tapete é uma incógnita, a gente não sabe muito o que vai acontecer. [...] Os artistas confirmam presença, mas nem sempre vêm, então é um grande ponto de interrogação. Mas é um nervoso gostoso."
Quando a gente começa a falar dá aquela gaguejada, entala o inglês, depois sai. Eu acho que aí, ao longo do tapete, a gente vai esquentando para ficar mais tranquila. Gosto desse nervosismo gostoso, eu acho que faz também ficar mais real. Carol Ribeiro
Segundo ela, usar da simpatia e admiração faz com que os atores se aproximem para conversar. "Eu estou para fazer meu trabalho, olho com carinho e admiração, e espero que percebam isso. [...] A maioria é muito receptiva. Quando não param é porque estão atrasados, têm horário marcado ao vivo ou as assessoras não deixam."
Durante a entrevista, a gente percebe no olhar do ator também se ele está confortável com o que está sendo dito, se ele não está, se ele quer que seja rápido, se ele está a fim de falar mais. É muito 'feeling'. Carol Ribeiro
Tapete vermelho também é "perrengue chique"
Não é só glamour: Carol passa oito horas em pé quando cobre o tapete vermelho. O dia começa bem cedo, com Carol se arrumando e se maquiando no hotel. Depois, parte para o tapete vermelho onde fica até pouco antes de o prêmio começar. "São oito horas em pé mesmo, sem sentar. Demora pra começar, mas tem uma hora que a adrenalina vai a mil e as cinco horas ao vivo passam muito rápido."
Ela também não faz refeições ou vai ao banheiro nesse período. "É aguinha, balinha, biscoitinho. Nada de sentar e descansar, mas é gostoso. [...] Deve dar pra ir ao banheiro, mas não sei, porque nunca fui [risos]. É muito trabalhoso, porque são vestidos longos, tem o ponto [no ouvido]. Teria que tirar tudo isso, e perderíamos a oportunidade de falar com alguém. A gente não pode se dar a esse luxo, então banheiro não existe.
Para enfrentar a maratona, a modelo busca looks confortáveis e que exijam pouca manutenção. "Muita gente fala que estou sempre de cabelo preso, mas é tão melhor e mais tranquilo. Uma coisa a menos para se preocupar. Deixo tudo o mais simples possível. Batom é quase zero, pra não ficar com batom no dente."
Tenho que estar elegante, bem vestida e muito à vontade, mas quem brilha mesmo é a celebridade que está aqui para ser premiada. Busco esse equilíbrio do bem-feito, do corte, de uma coisa que me deixe confortável. Elegância é a palavra. Carol Ribeiro
Carol acumula histórias com celebridades
A apresentadora acha que já "confundiu" Ben Stiller em um tapete vermelho. "Tenho quase certeza de que ele me confundiu com alguém. Eu chamei o nome dele, geralmente eu não grito, só chamo. Ele virou e disse: 'Estou indo aí, mas preciso ser rápido'. Ele chegou, me olhou e acho que pensou: 'Não é quem eu pensei que fosse'. Mas dei sorte, ele veio falar com a gente [risos]."
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Quero receberBrian Cox, o temido Logan Roy de "Succession", fez Carol tremer na base. "Eu não sabia se saía correndo ou se ficava feliz com a entrevista. Acho que foi a primeira vez que misturei um pouco o ator com o personagem, que estava muito vivo em mim, sou muito fã da série. Foi a primeira vez que fiquei na corda bamba. [...] Ele é muito direto, direto e reto [risos]."
Já Laura Linney, de "Ozark", deixou Carol fascinada. "Eu era muito apaixonada, muito fã dela em 'Ozark', até pelo tanto que a personagem dela cresceu na série. Ela veio falar com a gente, uma pessoa extremamente elegante no jeito de falar, então me conquistou ainda mais."
Ela se diverte ao contar que já teve um "branco" ao ficar cara a cara com Jamie Dornan, de "Cinquenta Tons de Cinza". "Ele não estava na nossa lista e apareceu do nada. A gente não sabia o nome, eu não sabia quem era, conhecia, mas não sabia de onde e acho que ele percebeu. Fiz umas perguntinhas e ele logo falou quem era. Eu fiquei: 'Meu Deus, todo mundo percebeu que eu não sabia quem era'. Esse tipo de coisa acontece, não deve acontecer, mas é muito possível, então já não me cobro tanto."
RuPaul, de "RuPaul's Drag Race", reconheceu Carol dos tempos de modelo em Nova York. "A primeira vez que fiz o Emmy, ele veio falar comigo: 'Não se lembra de mim? Vai fingir que não fala comigo?'. Eu falei: 'Desculpa! Eu não sabia se você lembraria de mim.' No geral, são pessoas relacionadas à moda [que lembram de mim]."
O Emmy 2024 será transmitido pela Max e pelo canal pago TNT, com a exibição do tapete vermelho a partir das 20h15.
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