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Filme usa tragédia para discutir dores de mundo que valoriza 'positividade'

Meu Casulo de Drywall acaba de chegar nos cinemas Imagem: Divulgação/Meu Casulo de Drywall

De Splash, em São Paulo

15/09/2024 05h30

"Meu Casulo de Drywall", que acaba de chegar nos cinemas, mergulha nas complexidades da adolescência e da saúde mental de forma poética —sem deixar de lado a realidade. A direção é de Caroline Fioratti, responsável por projetos como "Unidade Básica" e "Um Ano Inesquecível - Inverno".

O longa acompanha 24 horas na vida de Virgínia (Bella Piero), uma adolescente que comete suicídio na própria festa de 17 anos. A produção explora as dores e os desafios de diferentes personagens dentro do microcosmo de um condomínio de alto padrão.

De acordo com a diretora, o filme busca despertar a importância da vulnerabilidade em uma sociedade que valoriza a positividade constante. A metáfora do casulo e da borboleta ilustra a abordagem, representando as dificuldades e a força necessárias para romper com o sofrimento.

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A gente tem pouco espaço para a fragilidade, para a vulnerabilidade. Então, acho que o filme vem neste lugar, de falar: 'A gente tem que começar a se permitir ser vulnerável'. A gente tem que começar a abraçar as nossas fragilidades, a se permitir a solitude para estar em contato com as nossas reflexões. Caroline, em entrevista a Splash

Meu Casulo de Drywall Imagem: Divulgação/Meu Casulo de Drywall

A tragédia, que é o elemento central da trama, aparece como um catalisador para o autoconhecimento e a necessidade de lidar com as próprias questões. "O que eu espero é que, com a tragédia, eles sejam obrigados a se olhar, a enfrentar os próprios fantasmas."

Eu acho que os meus projetos, por mais doloridos que eles sejam, principalmente os projetos autorais, eu tento não perder de vista esse lugar de ver uma esperança. E eu acho que trazer a poesia na melancolia, trazer a poesia na dor é uma forma de fazer isso.

Caco Ciocler faz participação especial em 'Meu Casulo de Drywall' Imagem: Divulgação/ Sinny Assessoria

Caroline Fioratti cita diretores como Sofia Coppola, Gus Van Sant e Larry Clark como influências, por retratar a adolescência de forma honesta nos filmes. Para a diretora, a fase é um período de luto pela infância.

É um luto dentro dela própria, porque na adolescência você está vivendo o luto da infância para ir para um outro momento da vida, que é crescer. E isso não é fácil, isso é muito intenso.

O elenco conta com nomes como Maria Luisa Mendonça, Bella Piero, Michel Joelsas, Mari Oliveira, Daniel Botelho, Caco Ciocler, Débora Duboc, Flávia Garrafa, Marat Descartes e Lena Roque. O filme é uma produção Aurora Filmes, em coprodução com a Haikai Filmes.

Procure ajuda

Caso você tenha pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV e os Caps (Centros de Atenção Psicossocial) da sua cidade. O CVV funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, e também atende por e-mail, chat e pessoalmente. São mais de 120 postos de atendimento em todo o Brasil.

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