Avenged Sevenfold passa a limpo a gramática do metal no Rock in Rio 2024
Não foi um encerramento apoteótico para a noite do rock, mas foi adequado. Ora melódico e épico, ora cru e vigoroso, o Avenged Sevenfold traçou na Cidade do Rock um panorama de sua trajetória — tocou músicas de sete de seus oito discos. Uma trajetória que no início teve influências marcadas de hardcore e que recentemente tem explorado fronteiras do metal, com pretensões vanguardistas de inspiração progressiva. As duas pontas foram representadas no palco. Entre elas, passearam por riffs que remetem a Metallica, dinâmicas do Pantera e solos à la Iron Maiden. Simpáticos e competentes, sem uma marca de personalidade forte, não propuseram revoluções. Mas a plateia do rock saiu mais do que satisfeita ao ver a gramática do gênero bem representada ali.
SUÍTES
As músicas longas da banda são marcadas por mudanças de andamento, de atmosfera, de timbres. Muitas vezes parecem suítes do metal, em seus diferentes movimentos que se seguem construindo uma unidade. Às vezes as quebras são bruscas, como em "Game Over", que abre o show e passa sem escalas do violão clássico ao metalcore.
TELÃO
A banda trabalha bem com o cenário e os efeitos visuais do telão, capturando a plateia para dentro das músicas. O efeito se dá em narrativas como a relação de amor macabra que combina alianças e serras elétricas ("A Little Piece of Heaven") e em imagens simples como uma corda de forca pendurada ("Afterlife").
NIGHTCALL
Antes de a banda entrar no palco, o show começa pela gravação de "Night All", do artista de electro house Kavinski. Curiosidade: a faixa tem a participação da brasileira Lovefoxxx, do Cansei de Ser Sexy.
CORINTHIANS
O vocalista M. Shadows foi vaiado ao abrir uma bandeira do Corinthians que um fã o entregou. Levou na esportiva e, com a simpatia que mostrou ao longo de toda a noite, brincou: "Tirem isso daqui". Logo depois, recebeu uma bandeira do Brasil, abriu e fez as pazes com a plateia.
DEBANDADA
Depois de um solo de bateria de dois minutos, que até segurou a atenção da plateia, a arrastada e pretensiosa "Cosmic", que poderia ser uma canção ruim do Coldplay, fez boa parte da plateia antecipar a saída, cerva de 10, 15 minutos antes do fim.
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