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OPINIÃO

Encantadas com o público, ARTMS mostra que LOONA sempre viverá

ARTMS em São Paulo com a turnê "Moonshot" Imagem: MODHAUS/Divulgação

Camila Monteiro

Colaboração para Splash, em São Paulo

18/09/2024 12h10

Já é de praxe do fã de LOONA, grupo que deu origem ao ARTMS (Loossemble, Chuu e Yves) gritar logo antes que o show começa a seguinte frase: "A BBC MORREU". BBC, a famigerada empresa Blockberry Creative que abusou das artistas emocionalmente, financeiramente e acabou arruinando um dos projetos mais promissores do k-pop.

Felizmente, as doze integrantes seguiram em frente (inclusive vencendo processos importantes) com suas carreiras e estão retomando seu espaço na cena do pop sul-coreano. ARTMS reúne Heejin e HaSeul com a famosa sub-unit do LOONA, as OEC (Odd Eye Circle), composto por Kim Lip, JinSoul e Choerry. Juntas, elas retomaram a temática lunar e lançaram um dos melhores discos do ano, o "Dall", obra central da turnê "Moonshot" que aconteceu ontem no Terra SP.

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O início do show

Abrir um show com uma música como "Birth" não é para qualquer um e já eleva o nível do espetáculo logo de cara. Seja pelo look todo preto com brilhos, pelo tom da performance ou pela coreografia que tem até o sinal da cruz, Heejin já chama atenção por ser uma dançarina excelente - e também por ser a única loira do grupo no momento.

Kim Lip entrega vocais potentes na segunda música, a ótima, "The Hitchhiker's Guide to the Galaxy", com fãs berrando muito a letra da música e fazendo elas se divertirem durante os números; é possível perceber como elas ficaram impressionadas com a recepção do público e com o coral eterno, cantando absolutamente tudo sempre.

Sofisticação de Dall e coreografias no chão

O show abre com uma sequência de cinco músicas que fazem parte do "Dall", corroborando a qualidade do disco, com arranjos bem trabalhados em músicas distintas, mas que fazem sentido entre si.

Em uma breve pausa para se apresentarem, Heejin comenta que morou brevemente no Brasil e está feliz de retornar. "Vocês são diferentes dos fãs dos outros países, cantam muito bem tudo", elogiam. Logo após temos três ótimas músicas: "Distress", "Flower Rhythm" e "Butterfly Effect".

Lip é uma força no palco, com uma beleza surreal e voz marcante. HaSeul estava visivelmente contente de estar vivendo aquele momento com o público. Choerry é uma fada doce e simpática. JinSoul é a sofisticação em pessoa, com um porte de rainha que chama atenção. Já Heejin é claramente dançarina principal, se joga no chão com uma destreza absurda, sempre com a energia que a música exige; sensual, fofa, divertida ou emotiva.

"Flower Rhythm" se destaca pela coreografia cheia de toques, interações e muito chão envolvido. É onde elas entregam o "sexy sem ser vulgar" com louvor.

Solos e units mostram a força das cinco

Sempre agradecendo aos fãs, chamados de OURII, somos apresentados a um vídeo, o VCR, que introduz a primeira solista da noite: HaSeul. Ela retorna com outro look, branco e fofo e apresenta "Plastic Candy" em uma performance que mistura pop com jazz e foi quase abafada por tantos gritos dos fãs. Ela é claramente muito amada e retribui: "Te amo", fala após a apresentação. Com uma voz doce, suave e gostosa de ouvir, ela pergunta para os fãs o que eles querem ouvir e todos respondem "Sonatine", que ela canta, seguida de "Let me In".

Depois do número relaxante e fofo de HaSeul, temos um novo VCR apresentando dessa vez Heejin, que já chega emanando uma energia completamente diferente, com sua guitarra na mão. Ela faz um cover de "Girlfriend" da Avril Lavigne em meio a muitos berros e em seguida nos conta que ela está voltando ao Brasil após onze anos. "A minha família está aqui! Tem alguém do (bairro) Bom Retiro aqui?" pergunta. Muito carismática, ela confessa que está nervosa com a presença da família e pede apoio para a próxima performance, uma versão "rocker" e em inglês de "Algorithm".

A cantora ainda mostra que sabe contar até dez em português e grita "Portuguese queen"; rainha do português, fazendo todo mundo rir. Entre os fãs, existem muitos memes de que ela é brasileira e ela claramente está ciente disso.

Ode a Odd Eye Circle

É impossível falar de LOONA, da história e trajetória do grupo, sem pensar em OEC; a sub-unit Odd Eye Circle, composta por Kim Lip, JinSoul e Choerry. No palco, elas são a definição de sensualidade com conceito e já entram logo de cara uma das melhores músicas do catálogo do grupo: "Je ne sais quoi". Engraçadas, elas fazem o cumprimento oficial do OEC, Choerry usa uma tiara de gatinhos e comenta que elas acabaram se perdendo por conta de tantos gritos.

"A gente fez 14 shows, mas o grito daqui é diferente", comentam e já emendam com outro hit: "Air force one", com coreografia intensa, todo mundo cantando junto e muitos sorrisos; elas estavam radiantes com o público.

Momento LOONA

Quando todas retornam depois da seção solos e unit, elas se espalham pelo palco para posar para fotos e interagir com os fãs enquanto cantam o cover do gigantesco hit de Taylor Swift "Cruel summer". É interessante ver como elas sempre fazem questão de falar da recepcão do público; "Jurei que estava cantando com um milhão de pessoas", comentam.

Para alegria ainda maior dos orbits - fãs do LOONA - tivemos uma sequência ótima de "Stylish" e "Satelilte". A primeira mostra os vocais de todas, com JinSoul brilhando muito nos adlibs. Já em "Satellite" Choerry chama atenção pela voz doce e simpatia extrema.

Reta final: o retorno à Dall e a festa "Loonática"

Após um VCR gigantesco (e com legenda!!!), o grupo volta ao palco para a parte final do show, apresentando as canções que faltam do disco de lançamento delas que foi tocado na íntegra.

Com outra troca de looks, agora bem princesas de bolo com saias de tule rosa, o grupo canta "Candy Crush" seguida de "Unf/Air", onde se divertem muito rindo e dançando e gritam "GO HEEJIN, GO HEEJIN", que vai para a frente da roda e mostra que dança muito até brincando. Elas seguem essa seção com "Air", meio latina, com gingado e rebolados e é onde surgem balões brancos, projeto feito pelos fãs, que se surpreendem e agradecem muito. O final, com "Sparkle", é lindo, com chuva de papel prateado, balões, luzes piscando e artistas sorrindo.

Os fãs fizeram um vídeo de homenagem para elas, que sentaram no palco para apreciar o momento. Logo após o público começou a gritar "ECLIPSE" e Kim Lip mostrou seu gogó (e coreografia) e apresentou à capela seu solo de debut no LOONA. Foi um grande momento.

Afirmando que voltariam em breve, o grupo fez uma declaração forte e muito comemorada: "Esse show foi o melhor". Para fechar o show - antes do bis, claro - tivemos o single principal do disco de estreia do grupo, "Virtual Angel", com performance completa e aquele sentimento de dever cumprido.

O retorno do bis foi uma celebração do LOONA, com "Hi High" e "So what", que fechou com maestria um set repleto de sucessos de vários períodos diferentes do grupo, mostrando que as artistas estão acima de qualquer golpe de empresas e CEOs. A música boa supera tudo e ARTMS sintetiza isso perfeitamente.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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