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Atores de 'Passagrana' moraram juntos e foram confundidos com boy band

de Splash, em São Paulo

19/09/2024 05h30

Os protagonistas do filme nacional "Passagrana" afirmam que foram "forçados" a morar juntos durante a gravação do filme, que aconteceu na capital paulista, mas explicam como isso ajudou na conexão entre eles dentro e fora do longa.

O que aconteceu

Wesley Guimarãs, Juan Queiroz, Wenry Bueno e Elzio Vieira deram vida a Zoinhu, Linguinha, Alãodelom e Mãodelo, quatro amigos que se cansam de aplicar pequenos golpes nas ruas do centro de São Paulo e planejam um assalto a banco. O filme é uma produção de Intro Pictures e coprodução de Star Original Productions e estreia hoje nos cinemas.

Apesar de o longa contar a história de um golpe, a amizade se sobressai na tela. E isso tem dedo do escritor e diretor longa, o também ator Ravel Cabral.

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"A gente construiu uma amizade que está para além de tudo que as pessoas percebem. Foi uma coisa verdadeira, nada forçado. A única coisa que o diretor forçou a gente a fazer foi morar junto", conta Wesley aos risos em papo exclusivo com Splash.

Só andavam juntos. Se um não estava pronto pra sair, eles esperavam. "Uma vez fomos em uma loja e começamos a conversar com a vendedora, a gente dando risada e ela vira: 'Vocês são uma banda?", conta Wenry, orgulhoso da sintonia criada pelos quatro.

"Briga" por cama e comida. Apesar de cada um ter seu quarto no mesmo prédio, eles preferiam invadir o do Wesley. "É engraçado porque ele era o mais obsessivo por organização e era na casa dele que a gente ficava", conta Juan.

Acabava o ensaio e eles iam pro ponto de encontro. Tomavam uma cerveja, às vezes pediam delivery —cardápio sempre decidido por meio de uma espécie de "assembleia".

A gente só ficava lá. Ás vezes não fazia nada. Colocava uma música. Um ficava deitado na cama, com o pé suado em cima da cama. Aí ele: 'tira o pé da minha cama, aí!' Tinha esse tipo de briga, contou Juan, rindo do amigo.

E ai a galera pergunta: sair pra beber é trabalho? "É galera, configura trabalho", diz Wesley.

Apaixonados pelo processo. Esses momentos no apartamento de Wesley eram cruciais pra criação dos personagens. A lealdade, parceria e o jeito que eles se livram dos BOs se dá muito pela conexão criada pelos artistas.

Em uma cena do filme, Zoinhu consegue fugir, mas percebe que os três amigos foram pegos. Wesley admira a atitude do seu personagem. "Ele teve a chance de sair correndo, mas ele fica junto com os caras e isso só prova que a engrenagem só funciona junto. Se vai morrer, vai morrer todo mundo junto. Se vai viver, vamos tentar viver todo mundo junto?, diz Wesley.

Inspiração pro filme. O diretor Ravel tem duas décadas de história na atuação. Apaixonado pelo gênero heist (subgênero que conta a história de um criminoso), começou a pensar como faria um filme de golpe no Brasil --sem precisar de violência, grandes explosões e tecnologia avançada.

Isso foi o que instigou Ravel a insistir no filme. Imaginar como seria uma história em que os personagens não têm recursos a sua disposição. "Eles só tem a própria astúcia e esperteza", explica. "Sem brincadeira, parece romântico falar, mas numa madrugada deu um clique... Foi aí que começou e pensei: nós temos uma história", recorda Ravel.

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