OPINIÃO
No Rock in Rio, pop genérico de Charlie Puth não tem erros... nem acertos
Marco Antonio Barbosa
Colaboração para Splash, no Rio
19/09/2024 22h50
Na música pop, às vezes o total é menor que a soma das partes. Charlie Puth, terceira atração do palco Mundo nesta quinta (19), é um típico exemplo do fenômeno. Compõe, toca, produz e canta, tudo com razoável competência. Mas nunca supera o caráter genérico — lembra Bruno aqui, Timberlake ali, Bieber acolá. Só que aguado, sem sal. Sempre exultante sob os refletores, Charlinho parece não acreditar que merece estar ali. Olha, ele pode estar certo.
QUASE BLACK
Puth e banda entram em cena levando um groove jazz-funk que chega a surpreender. É a abertura de "How Long".
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FREIO DE MÃO PUXADO
O show tem duas marchas. Há os números mais animadinhos, como "Charlie Be Quiet!" e o falso power-pop de "I Don't Think that I Like Her". E há as baladinhas, com melismas vocais e solinhos de piano. Puth encerra uma delas, "No More Drama", com breve citação a "Garota de Ipanema".
VOZ DO ALÉM
Puth canta bem e até arrisca umas esticadas de garganta ousadas. Mas na já citada "I Don't Think that I Like Her", a famigerada "voz de apoio pré-gravada" surge num volume mais alto, levantando suspeitas de playback.
EXIBIDO
Graduado na escola de música de Berklee, Puth gosta de mostrar seus dotes. Saca da keytar várias vezes para solar, empolgadão. E mete um improviso de piano jazzistico no meio de "BOY".
COLHER DE CHÁ
"Eu não cantava esta música há nove anos", sublinhou o músico antes de iniciar uma versão voz & piano de "Marvin Gaye", sua primeira composição de sucesso.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL