Vulvas em caixa, pote com nariz: o caso real e horripilante que virou série
A terceira temporada de Monstros, série antológica da Netflix que retrata crimes reais, vai contar a história de Ed Gein, um assassino e ladrão de corpos americano. Na segunda-feira (16), o diretor Ryan Murphy anunciou o ator Charlie Hunnam como intérprete do criminoso.
O projeto seriado começou com Dahmer: Um Canibal Americano. A segunda temporada estreou nesta quinta-feira (19), com Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais.
Quem foi Ed Gein
Tímido e socialmente desajeitado. Natural do condado de La Crosse, em Wisconsin, Edward Theodore Gein nasceu em 27 de agosto de 1906, sendo irmão mais novo de Henry Gein. Michael J. Buchanan-Dunne, do podcast Murder Mile UK True Crime, conta que a mãe o protegia muito, então não fazia muitos amigos.
Mãe rigorosa e pai com alcoolismo. Augusta Wilhelmine Gein seguia com rigor a vertente luterana e repreendia todo e qualquer comportamento que considerava pecado, como bebida e masturbação. George Philip Gein tinha problemas com álcool e era violento. Ed teria relatado que o pai batia com frequência em sua cabeça.
Mortes traumáticas. O pai de Ed morreu de insuficiência cardíaca devido ao alcoolismo em 1940, e o irmão sofreu asfixia enquanto controlava um incêndio na fazenda da família quatro anos depois. Mas hematomas na cabeça de Henry sugerem que Ed o teria espancado até a morte, embora nunca se tenha provado. Em 1945, a mãe morreu, depois de já ter sofrido dois derrames.
Aos 40 anos, Ed não tinha família e relacionamentos. Não há registro de que ele tenha se envolvido amorosamente com alguém. Como a mãe era "seu único amor verdadeiro" e empenhava esforços para livrar o filho da "maldade das mulheres" —que ela acreditava serem prostitutas enviadas pelo diabo—, Buchanan-Dunne considera "improvável que ele tenha namorado ou se envolvido em sexo consensual".
Vida na fazenda e taxidermia seriam "úteis" para assassinatos. Desde a infância, ele trabalhou na área rural e aprendeu a caçar, esfolar e curtir couro de animais. Ed também empalhava bichos e costumava ler histórias policiais e sórdidas, com referência a canibalismo, assassinatos, roubos de túmulos e máscaras mortuárias.
Como Ed Gein virou criminoso
Um "traje feminino". Ed criou um macacão da cabeça aos pés com peles humanas de mulheres. Ele confessou ter feito 40 visitas a um cemitério local e roubado nove corpos, incluindo o da mãe, além de assassinar duas mulheres.
Vulvas em caixas de sapatos. As partes dos corpos eram usadas também na decoração da casa: pele nos assentos de cadeiras, poltronas e como abajur, crânios na cabeceira da cama e como tigelas. Ele também mantinha uma caixa de sapatos com nove vulvas dentro e um pote com narizes.
Uma das vítimas era mãe de xerife. Ed matou Bernice Worden, dona de uma loja de ferragens, que era mãe de Frank Worden. Em 18 de novembro de 1957, o oficial foi até o estabelecimento e viu manchas de sangue. O último recibo de venda tinha sido para o criminoso, que foi preso como suspeito. Na investigação, o corpo de Bernice foi encontrado na fazenda do assassino.
Número de vítimas pode ser maior. Ed confessou ter matado duas mulheres, mas acredita-se que ele tenha sido responsável por mais outros homicídios e desaparecimentos. No julgamento, porém, se declarou inocente, alegando insanidade mental, e foi considerado inapto mentalmente para ser julgado.
Ed passou dez anos em um hospital para criminosos. Depois desse período, foi julgado e condenado à prisão perpétua. Ele passou por um presídio de segurança máxima e terminou os dias de vida em outro hospital psiquiátrico, onde morreu aos 77 anos, em 1984, por complicação respiratória devido ao câncer de pulmão.
Inspiração para assassinos de filmes. Embora não seja considerado um serial killer propriamente, seu perfil é usado para explicar a mentalidade de assassinos em série e foi base para a construção dos personagens de Psicose e O Silêncio dos Inocentes.
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