De volta, Shawn Mendes tira a camiseta e faz pop-terapia no Rock in Rio
O show de Shawn Mendes neste domingo (22) foi um fim e um reinício. Ele fechou a edição 2024 do Rock in Rio e voltou aos megashows após dois anos de pausa para cuidar da saúde mental. Mesmo na madrugada de segunda, muita gente ficou e deu gritinhos a cada pose que ele fazia. Shawn voltou ainda dividido entre maneirismos de popstar adolescente, como tirar a camisa junto com os colegas, e (boas) canções amadurecidas do seu quinto álbum, que sai no dia 18 de outubro. Também fez covers legais de "Mas que Nada", de Jorge Ben Jor, e "Message in a Bottle", do Police.
SHAWN CONFESSIONAL
A parte mais relevante do show foram as quatro músicas do seu próximo álbum. Elas apareceram ao vivo só em dois shows de teatro que ele fez antes do festival. É, em geral, um folk mais lento, arrastado e bonito. A mais legal, "Why, Why, Why", tem uma letra confessional que faz referência à pausa na carreira para tratar a ansiedade. "Eu saí do palco sem nada sobrando / Todas as luzes ferravam a minha cabeça". Tocante. (E corajoso tocar as canções menos populistas num megafestival na madrugada de domingo para segunda.)
SOLTO
Entre as canções ele abriu o coração. "Eu estava muito inseguro com essas novas músicas", disse, antes de tocar as novidades. "Eu não tinha ideia se eu voltaria para o palco, de verdade. Então estar aqui é realmente lindo." É muito provável que ele feito bastante terapia para tratar a ansiedade nestes dois anos. E ele parece ter se soltado mesmo. "Tem um tempo que eu não piso num palco assim. Rio, você é um ótimo lugar para isso", ele disse.
TERAPIA PÚBLICA
Quando ele começou a falar de um amigo de adolescência à 1h22 da madrugada, a sessão de análise pública atingiu o ápice. Ele contou que o amigo morreu e dedicou a ele a "Heart of Gold". Emendou com "Pumped up Kicks", do Foster The People, o que deu a entender que o amigo foi vítima de algum caso de violência na escola.
EM CRESCIMENTO
Ditos os elogios, Shawn ainda parece atrasado na transição entre os artifícios teen e uma arte mais original. Os gritos rasgados de "There's nothing holdin' me back", logo no início, e a ideia de tirar a camisa com os amigos, mais para o final, contrastam com o aparente conceito maduro do novo álbum. Mas dá para dizer que a terapia deixou Shawn mais desencanado, despido.
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