Como Gusttavo Lima e Deolane teriam participado de esquema de bets?

A Justiça de Pernambuco determinou, nesta segunda-feira (23), a prisão do cantor Gusttavo Lima. A decisão é da juíza Andrea Calado da Cruz e acontece no âmbito da Operação Integration, que prendeu a influenciadora e advogada Deolane Bezerra no início do mês, por suposta participação em esquema de lavagem de dinheiro.

Mas, afinal, como cada um dos famosos teria integrado o esquema?

Participação de Deolane

Deolane chegando ao IML após ser presa no Recife
Deolane chegando ao IML após ser presa no Recife Imagem: Genival/Agnews

Famosa, que teve R$ 34 milhões bloqueados pela Justiça, teria aberto uma bet para lavar dinheiro. A casa de apostas foi inaugurada pela famosa em julho de 2024, com capital de R$ 30 milhões. Entretanto, segundo a investigação, a bet foi aberta com o intuito de lavar dinheiro de jogos ilegais.

Mãe da famosa teria sido usada no esquema. Solange teve R$ 3 milhões bloqueados pela Justiça. Conforme o Fantástico, em depoimento à polícia, ela teria dito que as movimentações financeiras são provenientes de publicidades. Entretanto, ela também teria dito "que não se recorda ou que desconhece" alguns valores.

Você tem influencers, aquelas pessoas com milhões de seguidores. Se aquela pessoa vai na sua rede social e diz que aquilo é bom, que ela ganhou muito dinheiro jogando, quando não é verdade. O dinheiro que ela ganha não é jogando, é pago pela bet pra ela passar uma mensagem. Alessandro Carvalho Liberato de Matos ao Fantástico

Defesa de Deolane e Solange nega irregularidades. Em nota, a defesa de mãe e filha afirmou que "mantém plena confiança na Justiça e que segue trabalhando incansavelmente pelo restabelecimento da liberdade [das duas], convicto de que suas inocências serão plenamente comprovadas".

E Gusttavo Lima?

Gusttavo Lima em jatinho
Gusttavo Lima em jatinho Imagem: Reprodução/Instagram
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O nome do sertanejo veio à público após a apreensão de uma avião em nome da empresa Balada Eventos e Produções, uma das empresas do músico, durante uma operação policial. A Justiça bloqueou R$ 20 milhões da empresa de Gusttavo Lima, além do sequestro de todos os imóveis e embarcações que estão em nome da Balada.

A empresa é suspeita de lavagem de dinheiro no âmbito da operação, segundo informou o Fantástico. Segundo o Fantástico, a empresa do cantor sertanejo seria usada no esquema criminoso de lavagem de dinheiro de apostas ilegais com empresas de um homem identificado como José da Rocha Neto.

Avião está no nome de empresa de Gusttavo Lima, segundo sistema da ANAC
Avião está no nome de empresa de Gusttavo Lima, segundo sistema da ANAC Imagem: Divulgação/SSP

Rocha Neto é dono da empresa Vai de Bet, que tem Lima como garoto-propaganda. A Justiça determinou a prisão de Rocha Neto, que é considerado foragido. No período em que foi deflagrada a operação, o empresário estava na Grécia para comemorar o aniversário do sertanejo.

Empresa de Rocha Neto foi quem comprou o avião de Gusttavo Lima apreendido durante a operação no início do mês. Ainda segundo o Fantástico, a Anac confirmou que a aeronave está no nome do sertanejo, mas "em processo de transferência" para a empresa JMJ Participações LTDA, pertencente a Rocha Neto.

Na decisão desta segunda-feira, a juíza considerou que Gusttavo Lima deu guarida a foragidos, o que demonstra "uma alarmante falta de consideração pela Justiça".

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Sua intensa relação financeira com esses indivíduos [dono da casa de apostas Vai de Bet e a esposa], que inclui movimentações suspeitas, levanta sérias questões sobre sua própria participação em atividades criminosas. A conexão de sua empresa com a rede de lavagem de dinheiro sugere um comprometimento que não pode ser ignorado.
Juíza Andrea Calado da Cruz, em decisão divulgada nesta segunda-feira pela Folha de S.Paulo

A defesa de Gusttavo Lima negou irregularidades. Ao Fantástico, os advogados do cantor informaram, por meio de nota, que a Balada esclarece que o avião apreendido foi vendido, seguindo "todas as normas legais e isso está sendo devidamente provado para a autoridade policial e o poder judiciário". Os advogados disseram que Lima "mantém apenas contrato de uso de imagem em prol da marca Vai de Bet, que a Balada e Gusttavo não fazem parte de nenhum esquema de organização criminosa de exploração de jogos ilegais e lavagem de dinheiro".

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