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Alerta Pri: veja tecnologia que família Belfort quer implementar no Brasil

De Splash, em São Paulo

24/09/2024 05h30Atualizada em 24/09/2024 14h42

A família Belfort luta pela implementação do Alerta Pri em todo o Brasil. Há mais de 20 anos, eles procuram por Priscila Belfort, que desapareceu durante o horário de almoço do trabalho e nunca mais foi vista.

A série "Volta Priscila", sobre o desaparecimento da irmã do lutador Vitor Belfort, estreia nesta quarta-feira (25), no Disney+.

O que é o Alerta Pri?

O Alerta Pri é uma tecnologia que dispara um SMS com o máximo de informações sobre uma criança ou um adolescente desaparecidos. A mensagem de texto é enviada para todos os celulares da região, ao mesmo tempo, nas primeiras horas de desaparecimento.

A ferramenta chegou a ser implementada no estado do Rio de Janeiro, em 2022, mas só funcionou por três meses. Na época, apenas um caso era disparado ao dia. Segundo a família Belfort, 99% dos casos que tiveram disparos foram solucionados.

O Alerta Pri é inspirado no AMBER Alert, criado nos Estados Unidos em 1996. A ferramenta surgiu após o desaparecimento e homicídio de Amber Hagerman, de 9 anos, no Texas.

Existe um projeto de Amber Alert no Brasil; 12 estados e o DF fazem parte. São eles: Acre, Amapá, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O diferencial da ferramenta é que a divulgação de fotos se dá no Instagram e no Facebook, em um raio de 160 quilômetros do desaparecimento.

Relembre o desaparecimento de Priscila Belfort

Priscila atuava como servidora na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro e foi vista pela última vez em 9 de janeiro de 2004, quando saía do trabalho para almoçar com o namorado. Ela nunca chegou ao local combinado. Desde então, boatos e denúncias deram contornos de mistério para a história ainda sem conclusão.

Após dois dias sem ter notícias de Priscila, a família denunciou o desaparecimento à polícia. Não houve nenhum pedido de resgate. O caso ganhou bastante repercussão midiática devido a Vitor, que, na época, despontava na carreira como lutador e estava recém-casado com Joana Prado, a ex-Feiticeira.

Muito se especulou sobre os motivos que levaram Priscila a não ter sido mais vista: desde confusão mental, pois ela já havia apresentado lapsos de memória, a dívidas por uso de drogas, devido a uma denúncia feita em 2007. Na época, Elaine Paiva da Silva se entregou à polícia afirmando que ela e um grupo de pessoas tiveram envolvimento no assassinato de uma vítima que, supostamente, seria a ex-servidora.

A única pista não levou à conclusão do caso. Elaine disse ter feito parte de um sequestro que virou assassinato, mas a polícia nunca encontrou nenhum corpo. Seis suspeitos chegaram a ser presos na época, mas todos foram soltos, e a família seguiu sem respostas.

Fizeram uma investigação, reviraram a terra e disseram que os ossos encontrados eram de animal. Depois disso, acho que houve uma falha: não continuaram investigando ela [Elaine] e a turma. Jovita Belfort, mãe de Priscila, em entrevista ao UOL Esporte em 2023

A família negou que Priscila tivesse envolvimento com drogas e disse não acreditar que ela possa ter se envolvido em dívidas para proteger algum ex-namorado. Na época, o lutador afirmou que a família forneceu à Delegacia Antissequestro do Rio de Janeiro os nomes de todos os ex-namorados da irmã. Belfort disse que teve pouco contato com o namorado de Priscila na época em que ela desapareceu, e afirmou desconhecer qualquer envolvimento dele com drogas.

A polícia trabalhava com a hipótese de homicídio, mas a família não descarta que ela possa estar viva. Após investigações, as suposições foram descartadas e o caso foi arquivado, mas, com o anúncio da série, a investigação foi reaberta pelas autoridades cariocas.

Além do desaparecimento, "Volta Priscila" abordará também como o caso Priscila Belfort ajudou a mudar a maneira como autoridades lidam com pessoas desaparecidas. Um exemplo disso foi a criação de uma delegacia especializada em desaparecimentos no Rio, em 2012. Até então, familiares eram obrigados a lidarem com a delegacia de homicídios.

*Com informações do Estadão

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