Samara Felippo, Carolinie Figueiredo e Gi Itié expõem abusos em podcast
De Splash, em São Paulo
26/09/2024 05h30
O primeiro episódio do podcast Exaustas estreia nesta quinta-feira (26), às 20h, apresentado pelas amigas de longa data Samara Felippo, Carolinie Figueiredo e Giselle Itié.
Em Exaustas, as atrizes debatem diferentes tópicos que preocupam a mulher moderna. O podcast começou como uma live semanal que as três faziam na pandemia: "Queríamos botar nossas angústias para fora. A Gi estava passando pelo puerpério, nós com demandas com filhos, sem filhos, um desespero", relembra Samara Felippo em entrevista a Splash.
Já no primeiro episódio, Giselle expõe seu histórico de abusos na infância. Ela se emociona falando sobre como um estupro marcou sua vida, um relato que nem as amigas tinham ouvido com tantos detalhes. Em entrevista a Splash, ela explica que decidiu compartilhar a história pensando em ajudar outras vítimas, mas mesmo assim teve dificuldades: "Chorei igual uma menininha antes da gravação".
Em um episódio futuro, Carolinie Figueiredo abre o jogo sobre suas dívidas. Em entrevista a Splash, ela comemora o espaço para falar sem julgamentos sobre como ficou com o nome sujo: "É o tema da minha vida, autonomia financeira e capital para as mulheres-mães. A gente precisa acessar esse dinheiro que está nos homens, brancos, ricos, enfim... Que bom que está chegando em outras pessoas, precisa chegar em muito mais".
Ter um espaço para poder falar isso sem me sentir envergonhada, fracassada, falida, geladeira da Globo, ex-'Malhação'... P*rra! Nunca imaginei. Carolinie Figueiredo
A ideia é que o podcast não tenha convidados — apenas as ouvintes. Além dos próprios causos, as três apresentadoras compartilham áudios e vídeos com relatos que o público envia no grupo do Exaustas no Telegram, já ativo antes mesmo da estreia. "As mulheres da nossa geração estão ansiosas, estão precisando desses lugares", opina Carolinie.
Cada episódio tem um tema e um roteiro a ser seguido, mas a conversa às vezes toma rumos inesperados. "Quando acaba, tem um lugar de surpresa: olha onde aquela mulher foi e eu estava ali sustentando, ouvindo junto, sabe? É sempre muito surpreendente, a gente não tem o menor controle do que vai acontecer", diz Carolinie.
Samara concorda: "E tem um lugar muito sincero e genuíno de não saber acolher. Você já também não sabe o que fazer com aquela dor daquela mulher. Tem mulheres que têm esse dom de saber ouvir, mas a gente quer também trazer esse recorte de: 'Amiga, o que eu faço? Eu não sei o que fazer'".