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'Inferno na Terra': prisão onde Diddy está é 'nojenta' e abrigou famosos

Colaboração para Splash

28/09/2024 05h30

O rapper Diddy está preso desde 16 de setembro no Metropolitan Detention Center Brooklyn (Centro Metropolitano de Detenção do Brooklyn ou "MDC Brooklyn"), em Nova York, por crimes de extorsão, sequestro e tráfico sexual.

Ele ainda responde a processos na Justiça dos EUA por estupro, exploração, agressão, tráfico humano e de drogas.

Esta penitenciária, conhecida na imprensa americana como o "inferno na Terra", tem ainda outros detentos famosos como o ex-parceiro musical de Diddy, R. Kelly, condenado a 20 anos de prisão em 2023 por pornografia infantil.

Também esteve lá a atriz Allison Mack, da série "Smallville", que cumpriu pena por tráfico sexual, além de conspiração para tráfico sexual e para trabalho forçado, por sua participação na seita NXIVM.

Como é o presídio onde está Diddy?

"Nojenta e com condições horríveis": é assim que é apresentado o MDC Brooklyn, que atualmente abriga 1.200 presos, pela rede CNN americana. Um ex-funcionário de Donald Trump, Michael Cohen, que também já esteve preso no mesmo local, descreveu a experiência ao veículo na última semana: "Quando ele acorda, está encarando paredes de bloco pintadas de branco, em vez da decoração de suas mansões".

Não há travesseiros no local, conhecido pela violência entre detentos. Diversos veículos, entre eles The Intercept, noticiam frequentes quedas no serviço de energia elétrica ali. Em janeiro de 2019, esta interrupção chegou a durar uma semana durante o inverno e presos foram vistos batendo nas janelas pedindo socorro. Na época, sua população chegava a mais de 1.600 presos, número que caiu recentemente segundo a revista Time.

Detentos que realizavam protestos não violentos e greves de fome por causa das condições do presídio foram agredidos por funcionários. Há relatos de uso abusivo de sprays de pimenta, remoção para celas solitárias e até sanitários sendo desligados.

Em todas as três unidades [de celas] em que homens coletivamente recusavam comida, os funcionários da penitenciária desligaram as válvulas de todos os sanitários das celas, segundo relatos aos advogados. Confinados às celas, sem luz, estes homens frequentemente se viram tremendo em suas camas com as cabeças a centímetros de distâncias de vasos sanitários quase transbordando de fezes apodrecendo.
Reportagem do The Intercept de 2019

Crise levou à investigação e a um processo contra o Bureau of Prisons, agência federal que mantém o sistema prisional dos EUA. Cerca de 1.600 presos receberam indenização total de US$ 10 milhões à época.

Atualmente, é a única prisão federal em funcionamento em Nova York. O complexo prisional de Manhattan foi fechado após o suicídio do traficante sexual Jeffrey Epstein em 2019 e, por isso, todos os acusados que aguardam julgamento por crimes federais na cidade hoje são levados ao MDC Brooklyn. Ironicamente, o presídio foi construído nos anos 1990 para aliviar a lotação das prisões de Nova York.

Duas mortes recentes de detentos causaram escândalo na mídia americana. Em junho, o detento Uriel Whyte, que aguardava julgamento por posse ilegal de armas, foi esfaqueado até a morte por outro preso. Em julho, outro preso, Edwin Cordero, foi morto em uma briga. Seu advogado disse ao The New York Times que seu cliente "era outra vítima do MDC Brooklyn, uma prisão federal negligenciada, com falta de pessoal e lotada que é um inferno na Terra".

Pelo menos seis funcionários da prisão já foram indiciados por crimes nos últimos cinco anos. Eles foram acusados de aceitar subornos ou realizar contrabando de drogas, cigarros e celulares, segundo a agência Associated Press.

Ele está acordando em uma cama de aço com um colchão de menos de quatro centímetros [de espessura], em uma cela de 2,4 por 3 metros que eu posso garantir que é nojenta. Não há livros nos primeiros dias, então ele está realmente lidando com muita coisa agora.
Michael Cohen, ex-detento da mesma Unidade de Alojamento Especial onde Diddy está

Autoridades do sistema prisional dizem que implementaram um time de ação urgente para "examinar holisticamente os desafios do MDC Brooklyn". Segundo informou um porta-voz do Federal Bureau of Prisons à CNN, eles "reveem protocolos de segurança e implementam ações de correção quando identificam que seja necessário", mas já aumentaram o número de carcereiros e profissionais de saúde, além de resolverem 700 pendências de manutenção.

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