Andréa Sorvetão sai em defesa de Marlene Mattos: 'Merece respeito'
Andréa Sorvetão, 51, ex-paquita de Xuxa Menghel, 61, decidiu quebrar o silêncio sobre o documentário 'Pra sempre paquitas'.
O que aconteceu
A ex-assistente de palco contou que gravará conteúdos para comentar cada um dos cinco episódios da série documental da Globoplay. Ela ainda comentou queque as idealizadoras do documentário, Ana Paula Guimarães e Tatiana Maranhão teriam sido parciais na condução.
Sorvetão não fala mais com Xuxa e outras paquitas desde 2021 por conta de posicionamento político. O rompimento veio após uma postagem feita por ela e pelo marido, o cantor Conrado, 56, afirmando ser "um casal hétero, cristão e tradicional", viralizar.
Andréa analisou o primeiro episódio do doc. "O primeiro episódio é muito nostálgico. Como o documentário mostra, fui ao programa dela (Clube da Criança, na TV Manchete) em dezembro de 1983. Eram crianças de agência, crianças mais comportadas, sem brinquedos. Era um estúdio bem pequeno. Depois, com o sucesso, ela foi para um estúdio maior e realmente precisava de assistentes".
Sorvetão disse que, na sua época, a seleção não foi marcada por testes. "Fui chamada para uma entrevista de emprego. Tinha 12 anos quando comecei. Em nenhum momento, usaram a palavra teste. Foram três perguntas feitas pela Marlene: se eu gostava de criança, se eu gostava de dançar e se eu gostava da Xuxa. Respondi que sim e virei paquita em fevereiro de 1986. Lembro que andei de carro — estávamos eu, Marlene, Veiga e Xuxa — ela colocou a fita com as músicas, contando qual seria a de abertura, a da entrada... A gente viu tudo nascer".
Sorvetão ainda demonstrou não ter uma boa relação com Andréa Veiga. "Gostei do depoimento. Ela falou a história dela", iniciou. Na sequência, recordou uma situação em que a ex-colega ajuda a ela: "Quando tinha brigado com a Xuxa lá atrás, ela vinha conversar comigo e com o Conrado pedindo para a gente ajudar a interceder, se reconciliar".
A influenciadora também alfinetou a saída de Andréa Veiga do Xou da Xuxa. "Por que não mostraram o que a Veiga fez depois de ser paquita? Achei parcial. Quando a Veiga decidiu sair, não mostrou o que ela foi fazer. Achei esse momento um tanto parcial. Acredito que as pessoas gostariam de ter visto".
Sorvetão ainda falou sobre a declaração de Luise Wishermann. "Gosto muito desse trecho da Luise. A Xuxa diz que a Paquita e a Xiquita (Andréa Veiga e Andréa Sorvetão, respectivamente) ficaram com ciúme. Mas a Luise diz: 'A Xiquita não'. Quero mandar um beijão para a Luise. Teve uma entrevista que ela deu e falou que não mantinha mais contato comigo por eu ter me envolvido com política. Sabe o que me importa? A mensagem que você me enviou no momento da enfermidade do Conrado. É isso que tenho guardado no meu coração. É isso que importa".
Ela também recordou a parceria com Letícia Spiller. "Quando era paquita, fiz o teste de um comercial e encontrei uma menina loira com olhão. Virei para ela e falei: 'Por que você não vai fazer teste de paquita?'. Indiquei o endereço, falei para ela contar que tinha sido indicação minha. Amei ver o nosso abraço, Lelê. Fiquei muito feliz quando ela entrou para o time de paquitas. Foi minha parceira durante o ano que trabalhamos juntas. Só tenho a te agradecer pela parceria. Com a entrada da Letícia, surgiu a dupla Sorvetão e Pastel. Por que será que não falaram sobre os nossos apelidos? Achei partidário. Passaram como um trator neste assunto."
Sorvetão demonstrou sua indignação com o linchamento que tentam fazer contra Marlene Mattos. "O trecho em que reconheço o valor e a importância da Marlene em minha vida, pessoal e profissional, as diretoras não acharam relevante exibir, talvez porque já estavam decididas pelo viés sensacionalista e 'vingativo' do documentário, visando a execração de uma dedicada e competente profissional, referência de muitas outras mulheres brasileiras. A onipresente Marlene é uma pessoa de carne e osso. Tem defeitos e qualidades, erros e acertos. Não é justo, como fez o documentário, que Marlene seja julgada por comportamentos descontextualizados de seu momento histórico e das condições de fato da época. Como ignorar que Marlene cuidou de crianças e adolescentes a ela confiadas por seus pais como se fossem suas filhas? Como esquecer que os padrões estéticos e de comportamento dessa época eram outros? Tudo muito errado, injusto, covarde e cruel nessa tentativa de linchamento público de uma profissional que cuidou de tudo e de todos como pode".
Ela finalizou dizendo que a diretora merece respeito. "Fica uma dúvida: Marlene é preta, nordestina, mulher e homossexual. As personagens que agora julgam sua conduta de trinta anos atrás são aquelas classificadas pelos padrões morais atuais como privilegiadas. Teriam elas 'lugar de fala' para fazer o que estão fazendo? E se hoje o documentário está em 1º lugar no streaming, não é pela nossa história linda que deveria ter sido contada e sim só pela polêmica levantada mais uma vez em cima da Marlene. Marlene merece respeito".
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