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Cid Moreira deu 'boa noite' no Jornal Nacional cerca de 8.000 vezes

Cid Moreira, que morreu nesta quinta-feira (3) aos 97 anos, foi o primeiro apresentador do Jornal Nacional.

Ele apresentou o programa cerca de oito mil vezes. Foram 26 anos na bancada, desde a estreia em 1969 até 1996, quando uma reformulação levou ao ar William Bonner e Lillian Witte Fibe.

Na estreia, disse uma frase que ficou marcada na história da televisão brasileira. Ele encerrou o telejornal dizendo o seguinte: "É o Brasil ao vivo aí na sua casa. Boa noite".

Ele dizia que nunca deixou de ficar nervoso antes de entrar no ar. Em depoimento ao "Encontro", William Bonner relembrou um conselho que recebeu de Cid ao assumir o posto: "Se um dia você não estiver nervoso antes de apresentar o jornal, você vai errar".

Cid demorou a perceber a importância do telejornal. Em depoimento ao Memória Globo, ele contou: "Eu chegava no horário de fazer o jornal, não participava da redação. Eu só ia para apresentar o jornal. Naquele dia, cheguei e vi aquele nervosismo, todo mundo preocupado. E, para mim, era normal. Mas no dia seguinte, vi na capa do jornal O Globo: 'Jornal Nacional?' Aí comecei a perceber a dimensão".

Eu ainda tinha na minha cabeça a ideia de rádio, que estava em todos os lares, em todas as casas, pela facilidade. A televisão não tinha essa facilidade. Cid Moreira em depoimento ao Memória Globo

Cid Moreira passou um mês internado

Ele tinha insuficiência renal desde 2022 e dependia de hemodiálise. Com ajuda da esposa e da equipe médica, o apresentador passou a fazer o procedimento em casa e até se mudou para perto do hospital para viabilizar o tratamento.

A internação começou com uma infecção. No Encontro, o médico responsável pelo tratamento afirmou que ele foi internado no dia 4 de setembro com peritonite e infecção urinária. Cid, que já tinha atrofia muscular decorrente da idade, desenvolveu também um quadro de trombose durante o tratamento, dificultando ainda mais sua mobilidade.

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Nas últimas semanas, teve um quadro de pneumonia. O boletim médico divulgado no Encontro atesta falência de múltiplos órgãos como causa da morte. Fátima, no entanto, ressalta: ele ficou lúcido até o fim.

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