De quem é a culpa? Joaquin Phoenix explica por que 2º 'Coringa' é musical
De Splash, em Los Angeles*
03/10/2024 05h30
Quando a sequência de "Coringa" (2019) foi anunciada, a informação de que o filme seria um musical chocou muitos fãs. Mas, afinal, por que essa decisão foi tomada?
Joaquin Phoenix diz que a ideia de colocar o Coringa num novo gênero é "um pouco culpa sua". Em conversa com jornalistas em que Splash esteve presente, ele conta que sua prioridade era dar uma nova cor ao personagem. Para convencer o diretor Todd Phillips a fazer uma sequência, ele usou o Photoshop e um fotógrafo profissional para colocar o seu rosto em diversos clássicos, como o musical "Yentl" (1983), "O Bebê de Rosemary" (1968) e "O Poderoso Chefão" (1972).
A piada era tipo: quero ver este personagem em todo clássico americano já feito. Eu entreguei o pôster para o Todd e disse: 'O que vamos fazer? Me avise, estou disponível'. Joaquin Phoenix
Os dois avaliam que a música já estava presente desde o primeiro filme. "Já era o estilo dele", argumenta Todd Phillips, citando cenas em que o Coringa dança na escadaria, no banheiro ou no programa de Murray Franklin. Ele continua: "No segundo filme, é a primeira vez que há amor na vida dele. Pensamos que isso traria à superfície essa música que já estava dentro dele".
Joaquin Phoenix também cita a história de amor. "Quando encontra Lee (Lady Gaga), ele ganha vida e, literalmente, encontra sua voz novamente", explica o ator. "O processo de conhecer alguém e sentir esse aconchego faz com que ele reflita sobre si mesmo e sobre os seus atos".
O diretor chegou a dizer à revista Variety que não queria chamar a obra de "musical". Agora, ele esclarece que é, sim, um musical: "Eu estava evitando enganar as pessoas. Toda vez que vi um musical, eu saí do cinema mais feliz. Não quero que as pessoas achem que vão sair do cinema assoviando as músicas, esse não é um filme que vai fazer você se sentir bem".
Para Todd Phillips, "Coringa: Delírio a Dois" é um filme sobre corrupção. Ele quis retratar não somente a corrupção policial e política, mas também do entretenimento: "O que significa o julgamento de assassinos ser transmitido na TV com comerciais? O que significa o debate presidencial ser vendido como uma luta livre aqui nos Estados Unidos? Se tudo é entretenimento, o que é entretenimento?".
* A repórter viajou a convite da Warner Bros. Pictures