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Advogada de Cíntia Chagas: motivação da separação é grave e necessária

De Splash, em São Paulo

10/10/2024 17h20

Gabriela Manssur, advogada de Cíntia Chagas, se pronunciou sobre o boletim de ocorrência aberto pela cliente contra o ex-marido, o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP). Com base na Lei Maria da Penha, ela conseguiu uma medida protetiva.

A Especialista em Direitos das Mulheres apoia Chagas na decisão de denunciar e diz que o divórcio foi inevitável, pois a motivação seria "comprovadamente grave e necessária". "Ocorre que, com o divórcio repentino, por ela ser pessoa pública, ele ser Deputado Estadual, além da curiosidade das pessoas, a divulgação dos fatos, sem o conhecimento de Cintia, foi inevitável e, por si só, demonstrou que o rompimento do vínculo matrimonial teve uma motivação comprovadamente grave e necessária", falou em nota enviada a Splash.

A advogada também lamentou que o processo judicial tenha vazado. "O segredo de justiça tem por objetivo proteger exatamente a privacidade da mulher em situação de violência, caso ela opte por não expor publicamente os fatos, como foi a escolha de Cintia", escreveu.

Chagas se separou do marido após três meses de casamento. A festa aconteceu na Itália.

Abaixo, leia a nota completa.

Lamento o vazamento dos processos judiciais de violência doméstica sobre o relacionamento de Cintia Chagas e Lucas Bove.

O segredo de justiça tem por objetivo proteger exatamente a privacidade da mulher em situação de violência, caso ela opte por não expor publicamente os fatos, como foi a escolha de Cintia.

Ocorre que, com o divórcio repentino, por ela ser pessoa pública, ele ser Deputado Estadual, além da curiosidade das pessoas, a divulgação dos fatos, sem o conhecimento de Cintia, foi inevitável e, por si só, demonstrou que o rompimento do vínculo matrimonial teve uma motivação comprovadamente grave e necessária.

Como especialista em direitos das mulheres e advogada de Cintia, reputo sua a decisão em comunicar os fatos às autoridades competentes, como uma ato de coragem, de proteção à sua integridade física, psíquica e moral e, acima de tudo, como uma medida de sobrevivência, servindo de exemplo para todas as mulheres que se encontram na mesma situação, a fim de evitar que um ciclo de violência doméstica evolua para casos mais graves.

É como ocorreu no filme "É assim que acaba": Cintia escolheu a si própria, evitando maiores prejuízos à sua vida e também à sua carreira construída com muito esforço e dedicação, mérito somente dela e que lhe garante a sua independência financeira.

Vamos aguardar a conclusão do inquérito policial e entendimento do Ministério Público sobre os fatos. O processo segue em segredo de justiça".

Gabriela Manssur

Advogada Especialista em Direitos das Mulheres

O que aconteceu

A influenciadora foi à delegacia em 4 de setembro, onde registrou violência psicológica e ameaça. Cíntia relatou um relacionamento abusivo, com ciúmes, possessividade e necessidade de controle do político. Splash teve acesso ao documento.

A palestrante disse à polícia que era constantemente requerida a fornecer sua localização e provas do paradeiro ao ex-marido. Segundo ela, Lucas pedia fotos, ligações de vídeo, notas de hotel, entre outras provas.

Cíntia também relatou que o deputado era extremamente ciumento e por diversas vezes a xingava com nomes de baixo calão. Conforme informado no boletim de ocorrência, ele a teria proibido de frequentar a academia, por exemplo.

Entre as agressões físicas, Lucas teria jogado uma garrafa de água e uma faca na direção de Cíntia. A violência também teria sido patrimonial, com o deputado expulsando a ex-mulher de casa e a impedindo de resgatar alguns itens pessoais. Ele ainda teria tentando obrigá-la a assinar um contrato após o fim da união.

A Justiça de São Paulo deferiu o pedido de medida protetiva feito pela influenciadora. Lucas deve ficar no mínimo a 300 m de distância de Cíntia, não pode contatá-la por qualquer meio de comunicação e nem a mencionar nas redes sociais.

Splash entrou em contato com a assessoria de Lucas Bove e aguarda. O texto será atualizado assim que houver retorno.

Na noite de quarta-feira (9), o deputado publicou apenas "João 8:32". O versículo bíblico diz: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".

Denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.

A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.

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