Antes de denunciar ex, Cíntia Chagas gerou polêmica com submissão feminina

Cíntia Chagas e o deputado estadual Lucas Bove (PL-SP) ficaram casados apenas três meses e, no último dia 4 de setembro, a palestrante registrou um boletim de ocorrência com base na Lei Maria da Penha e conseguiu uma medida protetiva contra o ex-marido.

Quem é Cíntia Chagas

Nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, e formou-se em letras pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ganhou fama por conta de seu jeito de lecionar, ganhando o título de "a educadora mais divertida do país".

Conta com 6 milhões de seguidores no Instagram e milhares de alunos em seus cursos virtuais. Ela também é entrevistadora, palestrante e escritora, com dois livros lançados: "Sou Péssimo em Português" e "Um Relacionamento Sem Erros de Português".

Inovou ao dar aulas em baladas, reunindo jovens em boates para estudarem de forma descontraída e com revisões na época dos vestibulares. Cíntia também fala de regras de etiqueta em seu perfil no Instagram, avaliando o que é considerado elegante ou não.

Criou polêmica ao afirmar que "mulher precisa se submeter ao homem". "Quando digo se submeter, eu me refiro à ação de deixar o homem ser homem, a ação de não castrar o homem e a ação de ser, sim, em vários momentos, submissa, porque uma relação só se torna longínqua e feliz quando a mulher assume o papel dela e o homem assume o papel dele", disse em conversa mediada pela OAB.

Você que é casada, o jantar só pode ser servido depois que o seu marido chegar. O horário da casa deve girar em torno dele, não da sua vida, ainda que você ganhe mais do que ele, você sempre será mais submissa. Há situações em que você deverá pedir, sim, permissão a ele e ele, por sua vez, será mais doce, mais cordial com você. Cíntia Chagas

Cíntia Chagas com o deputado estadual Lucas Bove
Cíntia Chagas com o deputado estadual Lucas Bove Imagem: Reprodução/Instagram

Agressão

A influenciadora foi à delegacia em 4 de setembro, onde registrou violência psicológica e ameaça. Cíntia relatou um relacionamento abusivo, com ciúmes, possessividade e necessidade de controle do político. Splash teve acesso ao documento.

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A palestrante disse à polícia que era constantemente requerida a fornecer sua localização e provas do paradeiro ao ex-marido. Segundo ela, Lucas pedia fotos, ligações de vídeo, notas de hotel, entre outras provas.

Cíntia também relatou que o deputado era extremamente ciumento, e por diversas vezes a xingava com nomes de baixo calão. Conforme informado no boletim de ocorrência, ele a teria proibido de frequentar a academia, por exemplo.

Entre as agressões físicas, Lucas teria jogado uma garrafa de água e uma faca na direção de Cíntia. A violência também teria sido patrimonial, com o deputado expulsando a ex-mulher de casa e a impedindo de resgatar alguns itens pessoais. Ele ainda teria tentando obrigá-la a assinar um contrato após o fim da união.

A Justiça de São Paulo deferiu o pedido de medida protetiva feito pela influenciadora. Lucas deve ficar, no mínimo, a 300 m de distância de Cíntia, não pode contatá-la por qualquer meio de comunicação e nem a mencionar nas redes sociais.

Na noite de quarta-feira (9), o deputado publicou apenas "João 8:32". O versículo bíblico diz: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará".Denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.

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Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.

A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Diretos Humanos (ONDH) do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.

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