'Muito maluco': com Regina Casé, programa 'Tô Nessa' terá plateia invertida
Regina Casé, 70, está de volta aos domingos da Globo com o seriado "Tô Nessa!". O programa de humor assumirá faixa que já foi do "Sai de Baixo" a partir do próximo domingo (13), após o Fantástico.
"Nunca fiz isso"
"Tô Nessa" é um sitcom, ou melhor, uma série de comédia em formato que estamos bem acostumados, mas com particularidades. O projeto apresenta uma família composta apenas por mulheres de diferentes gerações, multirracial e que se une para pagar os boletos —bem diferente daquelas famílias patriarcais e de classe média retratadas em "Sai de Baixo" e "A Grande Família".
A comandante dessa família é Mirinda (Regina Casé). Ela é uma mulher que vive em Duque de Caxias (RJ) com as filhas —Mari (Luana Martau), Ina (Heslaine Vieira) e Nana (Valentina Bandeira)— e a neta, Belinha (Heleninha Repertório), na casa alugada por Muricy, interpretada pela estreante Ju Amaral, irmã de Paulo Gustavo. Quem explica a personagem a Splash é a própria Regina:
Mirinda é uma mãe que não usa um avental todo sujo de ovo, odeia cozinhar, passar, limpar o chão e cuidar de criança. É super criativa. Cada semana, ela arruma uma solução para pagar boletos. É uma mulher que vive em função do boleto da semana, entendeu? Regina Casé
A série foi construída dessa maneira a partir da observação do censo do IBGE, segundo o qual mais de 50% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres, explica Jorge Furtado, idealizador e roteirista da série ao lado de Casé. Ele conta também que produzir para o horário dominical foi uma encomenda da Globo. "É legal a Globo retomar o humor nessa faixa para acabar a semana com o astral bom".
Pensei numa família só com mulheres e falei com a Regina porque ela é perfeita pra fazer essa mãe. Ela já estava com um outro projeto, mas que tinha esse conceito do 'Tô Nessa', que também é uma novidade econômica. Antes, as pessoas faziam carreira e trabalhavam a vida inteira na mesma empresa. Hoje, as pessoas mudam de profissão e de job a vida inteira. A Regina é uma repórter da vida real. Ela encontrou uma pessoa que estava trabalhando com cílios, mas a Regina falou: 'Você não trabalhava com bolo de pote?' E a mulher respondeu: 'Agora, estou nessa'... A Mirinda tem empresa de crédito consignado, passeia com cachorros. E tudo dura um episódio. Jorge Furtado
A grande novidade do seriado é ter a plateia inserida no meio do cenário —e não em formato de teatro como em outros projetos como o "Vai Que Cola". A ideia partiu do diretor artístico Fabricio Mamberti. "Pensei em fazer algo diferente e fui dormir. Às 3h, acordei: 'caramba, é uma arena invertida, é o público no centro, cerca de 360º pelo cenário'. Virou um desafio. É imersivo. A plateia gira a cadeira e está em todos os ambientes... Mais proximidade do público com elenco e vice-versa".
O programa também tem uma banda ao vivo, a Faz um Pix, liderada pelo cantor Feyjão, amadrinhado por Regina Casé. Ju Amaral e Dan Mendes, que estreiam na TV, foram indicações de Regina Casé à Globo.
É um formato tão inovador que cada gravação está sendo de um jeito. Nunca fiz isso. É muito maluco, porque eu estou aqui como criadora, roteirista e atriz. Regina Casé
Bastidores
"Esse daqui é meu border cooler", brinca Regina, ao mostrar um cooler de cerveja em formato de cachorro nos intervalos das gravações. Essa interação mostra que estar na plateia do sitcom é um show à parte. Não só pela plateia ficar no meio do cenário, mas também pelas interações de Regina com o público.
Splash acompanhou a gravação do episódio em que Mirinda começa produzindo porta-retratos, mas acaba se rendendo a ideia de uma das filhas e passa a fazer "pote dos sonhos". A ideia, no entanto, é "roubada" por Darley (Dan Mendes), a vizinha fofoqueira e uma dos personagens que mais arranca risos do público.
Regina é a que mais conversa com o público na plateia. A atriz, aliás, assim que entra no estúdio, já pergunta de onde as pessoas vêm. Naquela gravação, a maioria respondeu que era de bairros da zona oeste do Rio de Janeiro. Possivelmente, pessoas que se identificam com o "corre" de Mirinda e das filhas para pagar os boletos todos os meses.
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Quero receberA atriz mostra itens inusitados do cenário e elogia a montagem. "Essas cadeiras são um luxo, de veludo. Quando me falaram que era cadeira de girar, achei que seriam aquelas pretas duras", disse, arrancando gargalhadas. Em uma das cenas, trocou o nome das personagens e improvisou. "Qual mãe nunca errou o nome das filhas?"
Na gravação em que Splash esteve presente, o diretor fez alerta para que plateia e convidados não filmassem enquanto as cenas estavam sendo gravadas. "Dá merda. Eu já tive essa experiencia", brincou Valentina Bandeira.
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