'Linda e malhada': por que Marisa Orth é a atriz perfeita para nova série?
Marisa Orth, 60, é um dos principais nomes de atrizes nacionais quando o assunto é misturar comédia e beleza. Eternizada como Magda no humorístico "Sai de Baixo", agora interpreta Beth em "Body By Beth", série de comédia que já conta com cinco episódios disponíveis na Max.
Na produção, acompanhamos as confusões nas quais a família da protagonista acaba envolvida. Beth já foi uma grande lenda das academias do Rio e era casada com Ri-Man, vivido por Diogo Vilela, um ex-halterofilista que agora se dedica à ioga e à meditação ao lado de seu atual companheiro, Ronaldo (Guilherme Weber). Nesta dinâmica há também os filhos: Guilherme (Victo Lamoglia) e Carol (Verônica Debom). Quando a academia da família, ainda presa no passado, tem que encarar uma concorrente cheia de tecnologia, eles se unem para tentar manter o local funcionando.
Em "Body By Beth", Marisa Orth encarna uma espécie de Jane Fonda dos anos 1980 que protagonizava vídeos de exercícios físicos. Na série, Beth é um ícone fitness que ainda tenta ser relevante em meio às novidades do mundo digital.
Para a diretora sênior de Conteúdo Roteirizado da Warner Bros. Discovery, Silvia Fu, encontrar a atriz certa para viver a protagonista era um desafio, ao existirem várias mulheres no padrão "linda e malhada", que tiveram a preocupação estética e com a saúde há anos. Mas, segundo explica a Splash, Marisa Orth era um "sonho", pois se encaixa no que procuravam esteticamente e também pela veia humorística.
Mesmo sendo estrelado por uma musa, o título não deixa de criticar os padrões de beleza da sociedade. Esta visão é apresentada a partir de Carol, a filha de Beth. Ela é demitida do trabalho ao tentar normalizar corpos femininos em uma loja de roupas focada em manequim 38 —algo claramente fora da realidade das mulheres.
A imposição de um padrão foi o que inspirou a roteirista Carolina Castro na criação de "Body By Beth". "Sou uma mulher que oscila muito de peso, já estive muito acima e já estive mais em um padrão, esse padrão imposto na gente. Cresci assim, e muitas mulheres cresceram assim."
A inspiração na própria vida fica explicita, inclusive, na escolha do nome da personagem Carol, algo que, segundo ela, foi autobiográfico. "Vim de uma família onde minha mãe era corredora de maratona, minha irmã é personal trainer até hoje, meus irmãos são 'marombas' musculosos. E tem eu no meio. Muito nasceu daí."
A gente cresceu sendo rodeada de preconceito. No fim do dia, somos escravos desse padrão de beleza. Carolina Castro, a Splash
Com a ideia criada, Castro entendeu que usar o humor seria a melhor maneira de comunicar o assunto de maneira leve. "Acredito muito que a comédia, a melhor forma de a gente falar de assuntos que podem ser mais espinhosos e mais sérios". Para isso, adicionou a estrutura clássica de uma série de comédia: "o que aconteceria se eu botasse alguém mais cerebral —a Carol—, uma gênia do marketing, mas super idealista, super ideológica, ela acredita em lutar contra, abaixa todo o preconceito. [?] Em paralelo a isso, a mãe dela —a Bete— está presa nos anos 1980, onde ela era musa fitness, rainha absoluta da cena de malhação carioca. Era casada com o Ri-Man, pai de Carol, também era o rei do halterofilismo". Por meio das confusões que a família se vê, não apenas os padrões são enfrentados, mas também os conflitos geracionais.
Mesmo com pontos importantes a serem abordados, Silvia Fu defende que a "Body By Beth" não tentar ditar o que é certo ou errado. Ao contrário: a produção visa mostrar lados diferentes sobre um mesmo assunto. "É uma série para começar diálogos. Levantar pontos e continuar a conversa depois."
A produção conta com dez episódios. Cinco já estão disponíveis na Max, e os próximos chegam 25 de novembro. A TNT também exibe "Body By Beth" todas as segundas, às 22h30.
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