CEO da Mynd defende Deolane: 'Brasil tem questão com quem fica muito rico'

Fátima Pissarra, CEO da Mynd, defendeu a advogada Deolane Bezerra, investigada por supostamente integrar esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais. Ao Alt Tabet, do Canal UOL, a empresária disse que os brasileiros costumam implicar com pessoas que eram pobres e conseguem ficar "muito ricas", a exemplo da influenciadora.

Pissarra destacou que Bezerra não é mais agenciada da Mynd, mas afirmou que ela é "uma ótima pessoa" e que ficou "preocupada com tudo o que aconteceu". "O Brasil tem uma questão com quem não tem muito dinheiro e fica muito rica, que é o caso da Deolane. Dizem que esse [dinheiro da advogada] vem não sei de onde... Não sei, não posso julgar, não sou juíza, mas todos os trabalhos que a gente realizou com ela foram corretos, ela sempre vende para caramba".

A CEO da Mynd ressaltou que Deolane é uma influenciadora que gera bastante engajamento e, consequentemente, fatura alto. "O engajamento dela é de cinco, seis milhões de views por story no Instagram. Ela é uma pessoa que conta a vida dela no dia a dia, foi construindo em cima disso um público muito fiel ao engajamento. O que ela falar para comprar, a pessoa vai comprar, e ela ganha muito dinheiro por isso".

Deolane Bezerra chegou a ser presa em setembro pela Justiça de Pernambuco, mas já foi solta. A advogada é investigada no mesmo caso do sertanejo Gusttavo Lima, na Operação Integration, que apura suposta existência de esquema criminoso e lavagem de dinheiro de jogos ilegais no Brasil. Donos das casas de apostas Esportes da Sorte e Vai de Bet também são alvos da polícia. Todos os citados alegam inocência.

Receita média do influenciador é o dobro do salário mínimo

A empresária contou que um dos principais ramos hoje para trabalhar com internet é o de "influenciadores de nicho". "Tem muito mercado porque estão começando a surgir os influenciadores de assuntos específicos. A receita média do influenciador é mais que o salário mínimo do país, mas tem gente ganhando R$ 300 mil, R$ 400 mil por mês".

Pissarra ressalta esse segmento de influencer que trabalha para público segmentado. "Tem gente que começou assim, está com 700 mil seguidores e ganha R$ 200 mil por mês só em afiliar link [prática em que a pessoa divulga produtos de uma loja e ganha uma comissão conforme o produto é vendido]", explicou, ressaltando haver nicho para todos os gostos. "Você pode colocar qualquer coisa no TikTok que alguém já fez".

Ela ponderou que não existe um padrão para medir o sucesso de determinado influenciador, porque é preciso avaliar antes o perfil do público com quem ele fala. "Tem que avaliar o objetivo da marca. Você vai lançar um produto, ele precisa falar com muita gente, então essa campanha a gente vai colocar influenciador com muito alcance. Agora uma coisa de venda específica, não adianta colocar [influenciador generalista], você pega alguém do nicho".

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Toda quarta, Antonio Tabet conversa com personagens importantes da política, esporte e entretenimento. Os episódios completos ficam disponíveis no Canal UOL e no Youtube do UOL. Assista à entrevista completa com Fátima Pissarra:

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