Amon Amarth domina palco do Knotfest e promove festa viking particular

Seguindo a cartilha do bom death metal melódico sueco, os caras do Amon Amarth sabem muito bem equilibrar peso e agressividade com aquela bela camada de "música pra cantar junto". E, apesar do vocal gutural do carismático vocalista Johan Hegg parecer um tanto áspero para ser de fato acompanhado, foi exatamente isso que aconteceu.

Os brasileiros no Knotfest 2024 entoaram não apenas as letras, mas também os riffs de guitarra absolutamente grudentos, vibrando a cada comando da banda, ali de cima de um palco montado para amplificar a teatralidade do som do quinteto. E entre duas enormes estátuas infláveis de guerreiros vikings, com a bateria ladeada por simulação de madeira naval antiga para parecer que os suecos cantavam à frente de uma embarcação viking, eles foram absolutamente impecáveis, de "Guardians of Asgaard" até a esperadíssima "Twilight of The Thunder God", saindo festejados com uma baita pinta de headliners.

MC THOR

Toda festa que se preza tem que ter um bom mestre-de-cerimônias - e Jonah é o melhor exemplo disso. Além do vocal trovejante, o carisma é o seu superpoder. Que ninguém se engane pelo tamanho e pela postura ameaçadora.

O tempo todo sorridente, aprendeu bem mais do que o "boa noite" ou "obrigado" protocolares em português, abrindo a apresentação com uma bem ensaiada "Bem-vindos à nossa festa viking", assim mesmo, na nossa língua. Nitidamente emocionado com a recepção, pediu a participação dos "irmãos" e "irmãs", novamente na língua de Camões, antes de "First Kill". E ainda mandou, em "The Way of Vikings", uma exaltação inesperada: "Brasil, you are fucking vikings!". Um grupo de amigos ao lado deste repórter fez um bom resumo: "ele tem cara de mau, mas é muito fofo".

Amon Amarth no palco do Knotfest
Amon Amarth no palco do Knotfest Imagem: Divulgação

A PLATEIA DÁ O SHOW

Parte da graça do show do Amon Amarth se dá pela participação do público e, óbvio, o comportamento sempre empolgado dos brasileiros ajuda bastante neste quesito.

Além dos braços balançando quando solicitados, dos pulos sem parar em "Crack the Sky" e nos incontáveis momentos de "hey" e "ho", nem a chuva que insistia em ir e voltar estragou o clássico momento de "Put Your Back Into the Oar".

Continua após a publicidade

Parte do público arriscou sentar no chão molhado para emular a remada de um barco viking, mas outro quinhão participou mesmo de pé. Jonah, o maestro deste momento de malhação metálica, pareceu satisfeito.

ODIN ABENÇOOU O SOM

Os pequenos problemas que foram acontecendo ao longo do dia no Knotfest, em ambos os palcos, como curtas falhas nos microfones e uma equalização desequilibrada dos instrumentos, pareceram ter se resolvido em definitivo a partir da apresentação do Amon Amarth.

A apresentação soou absolutamente cristalina, fazendo inclusive com que a sempre empolgante "Raise Your Horns", um brinde aos fãs e um pedido para que eles ergam os seus clássicos chifrinhos do metal, soasse ainda mais imponente, quase como se tivesse saído diretamente do disco.

Deixe seu comentário

Só para assinantes