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Como Laila Garin 'encarna' Elis Regina em musical visto por 380 mil pessoas

Laila Garin interpreta Elis Regina em musical em cartaz no Teatro Riachuelo Rio Imagem: Caio Galucci/Divulgação

De Splash, no Rio

19/10/2024 05h30

A história de Elis Regina é contada a partir de suas canções no espetáculo "Elis, A Musical", que já foi visto por 380 mil pessoas desde 2013. Quem carrega a missão de interpretar a pimentinha no projeto, em cartaz atualmente no Rio de Janeiro, é a atriz Laila Garin. Em novembro, musical chega a São Paulo.

Dez anos em cartaz

Em cartaz no Teatro Riachuelo Rio até 3 de novembro, a produção apresenta uma versão atualizada do musical, com novidades no elenco, nos figurinos e na cenografia. "A gente cortou alguns trechos, a dramaturgia está mais amarrada, o espetáculo está um pouco mais curto e mais ágil", conta Laila a Splash.

Assinado por Nelson Motta e Patrícia Andrade, o texto reconta episódios da curta e turbulenta vida de Elis. Na primeira metade do espetáculo, é possível ver o início da carreira em Porto Alegre, a ida para o Rio de Janeiro, as primeiras apresentações no Beco das Garrafas e o tumultuado relacionamento com Ronaldo Bôscoli, com quem Elis teve João Marcello.

Na segunda metade da produção, no momento em que o espetáculo narra a era Falso Brilhante (1975-1977), a performance de "Como Nossos Pais" arranca gritos e até aplausos de pé. A gravação do mítico disco com Tom Jobim, o casamento com César Camargo Mariano, o sucesso do espetáculo Transversal do Tempo (1978) e os nascimentos de Pedro Mariano e Maria Rita também estão no script.

Laila Garin conta que a preparação mudou bastante de 2013 para cá, afinal "aconteceu tanta coisa nas nossas vidas". Se lá atrás, a atriz se dedicou a entender como Elis agia, ouviu discos e assistiu vídeos, além de trabalhar um registro mais grave para suas apresentações — sua voz é mais aguda que a da homenageada —, hoje ela busca estar em harmonia com o elenco.

Hoje em dia, grande parte da preparação é estar em harmonia com o elenco, é observar a alegria de estar em cena, é sentir essa energia coletiva do elenco e da equipe técnica e contrarregras que estão lá atrás. Essa grande engrenagem é muito bonita. Estar conectada a isso me ajuda. Em 2013, tinha muita questão técnica individual para dar conta. Hoje, fico atendendo e respondendo às provocações de Denis Carvalho, que me desafia a emocioná-lo a cada noite. Laila Garin

Laila Garin em cena de "Elis, A Musical" Imagem: Caio Galucci/Divulgação

Para a atriz, "Elis, A Musical" foi o espetáculo responsável por lhe dar projeção nacionalmente. O projeto ficou em cartaz entre 2013 e 2016, voltando aos palcos em 2023, passando por capitas de Norte a Sul. "Ganhei muitos prêmios, é muito marcante, mudou a minha vida", diz ela a Splash.

Elis Regina, antes desse musical, era a referência que eu tinha de cantora visceral, emocional e um pouco triste também. Hoje, para mim, Elis é como se fosse uma fada madrinha, ela me deu muitos presentes. Eu tenho uma admiração muito grande pelo senso rítmico dela, pela inteligência dela, pela autenticidade dela. E a cada temporada que eu volto, acho que tenho alguma coisa a aprender com ela. Elis me ajuda a eu ser eu mesma. Laila Garin

Elis e o Brasil

A breve história de Elis tem como pano de fundo a história do Brasil dos anos 1950, 1960 e 1970 e 1980, em especial, os momentos mais densos da ditadura militar (1964-1985). A direção do espetáculo permanece com a assinatura de Dennis Carvalho, enquanto Laila Garin e Lilian Menezes seguem se revezando na pele da cantora gaúcha. A produção é da Aventura.

O que mais mudou nesses dez anos [de criação da peça] foi o contexto do país. A gente passou por muita coisa. Então, quando revisitamos esses momentos históricos que marcaram a vida e a obra de Elis, acabamos revisitando momentos históricos do país, na época da ditadura, a anistia, enfim, e a gente ouve novamente as coisas que Elis dizia... Tem outras camadas: você pode ver o que ainda é atual, o que não é, o que mudou, o que a gente conquistou, o que perdeu, o quanto ainda somos os mesmos ou não. Laila Garin

Além de "Como Nossos Pais", "Elis, A Musical" apresenta "Fascinação", "O Bêbado e o Equilibrista", "Arrastão", "Como Nossos Pais", 'Madalena' e outras canções. Marcelo Varzea, como Ronaldo Boscoli, e Cláudio Lins, como Cesar Camargo Mariano, são outros destaques do elenco. Santiago Villalba, Fernando Rubro, Leandro Melo, Chris Penna, Leo Wagner, Isaac Belfort, Aurora Dias, Fabricio Negri, Bruno Ospedal, Ju Marins, Adê Lima e Júlia Sanchez completam o time da temporada.

"Elis, A Musical" faz parte da programação de oito anos do Teatro Riachuelo, um dos principais da cena carioca. Nas próximas semanas, estão previstos espetáculos como "A Luta", com Amaury Lorenzo, protagonista da novela "Volta por Cima", e a premiada "Macacos", com Clayton Nascimento.

Após temporada no Rio de Janeiro, musical usa a ponte aérea para chegar a São Paulo. Temporada paulistana estreia no dia 8 de novembro, no Teatro Claro Mais, e vai até 1º de dezembro. Ingressos a partir de R$ 21 (via Uhuu).

Serviço - "Elis, A Musical" no Rio de Janeiro

  • Temporada: 11 de outubro a 3 de novembro
  • Quintas e sextas, às 20h; sábados, às 16h e 20h; domingos, às 15h e 19h
  • Local: Teatro Riachuelo (Rua do Passeio, 40, Centro - Rio de Janeiro)
  • Duração: 2 horas e 45 minutos (15 minutos de intervalo)
  • Ingressos a partir de R$ 21 (via Sympla)

Sessões nas quais Elis Regina será interpretado pela atriz Lílian Menezes: 12/10 (sábado) às 16h | 19/10 (sábado) às 16h | 26/10 (sábado) às 16h | 01/11 (sexta-feira) às 20h | 02/11 (sábado) às 16h

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