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OPINIÃO

Melódica, Dragonforce ganha público do Knotfest no carisma e na zoeira

Dragonforce se apresentou no Knotfest Imagem: Divulgação

Thiago Cardim

Colaboração para Splash, em São Paulo

19/10/2024 16h38

Quando a gente olha a escalação do Knotfest Brasil, que naturalmente tende a reunir bandas que dialogam com vertentes não apenas mais modernas, mas também mais extremas e agressivas do metal, chega a ser curioso ver que entre as atrações internacionais constem os ingleses do Dragonforce. Afinal, eles carregam a tocha do chamado power metal (ou metal melódico, como muito se chamou aqui no Brasil nos anos de 1990), um tipo de sonoridade veloz mas bem menos "espinhosa". Mas com sorrisão no rosto, dancinhas desengonçadas no palco entre os guitarristas e uma escolha de setlist com direito a surpresas pop em formato metálico, eles subiram ao palco sem medo de ser felizes, esbanjando colorido e, mesmo assim, rapidamente derrubaram qualquer eventual desconfiança do público, fazendo uma apresentação divertida e, por que não dizer, até um tanto quanto nerd.

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O apelido que o Dragonforce carrega, de "Nintendo Metal", não é por acaso. A banda, aliás, costuma se orgulhar de sua relação com os games. Além de seu maior hit, "Through The Fire and Flames", a que encerrou o show levando a galera ao delírio, ser um desafio lendário nos jogos da série "Guitar Hero", eles ainda homenageiam os jogos em suas canções. "Quem aqui é gamer?", perguntou, já prevendo a resposta, o platinadíssimo vocalista Marc Hudson. Devidamente amparados por uma estética de palco que encheu o telão de cavaleiros, samurais e, claro, alguns memes questionavelmente divertidos, eles entregaram "The Last Dragonborn" (homenagem a Skyrim) e "Power of the Triforce" (tributo aos jogos de Zelda).

Dragonforce se apresentou no Knotfest Imagem: Divulgação

O POP É METAL, O POP NÃO POUPA NINGUÉM

"Vamos agora mudar um pouco o andamento e, ao invés de fazer este power metal, fazer um pouco de disco metal", brincou o frontman, ao anunciar o single "Doomsday Party", do disco recém-lançado "Warp Speed Warriors", uma faixa numa pegada de fato bem dançante. "Façam os seus piores passos de dança", brincou. Mas logo depois, eles emendaram uma sequência hilariante - primeiro com uma versão aceleradíssima de "My Heart Will Go On", música-tema de Céline Dion pro filme "Titanic", e depois com "Wildest Dreams", cover absolutamente inesperado de Taylor Swift. Os metaleiros, no entanto, receberam numa boa, com direito até a mosh pit misturando dois pra lá e dois pra cá.

O REI DA PIRULITAGEM

Quem dominou a apresentação do Dragonforce, no entanto, foi mesmo o guitarrista (e líder da banda) Herman Li. Um virtuoso ultraveloz, que encaixa dezenas de notas por segundo, ele está longe, no entanto, de ser aquele tipo de músico insuportavelmente egocêntrico que estamos acostumados a ver neste universo (você deve imaginar de quem estamos falando). Sempre sorrindo, ele provoca o público e sabe usar a câmera perfeitamente, trazendo suas muitas caretas para os telões, enquanto desfila solos que parecem aparentemente impossíveis - o que ele fez em "Fury of The Storm" é simplesmente de cair o queixo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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