OPINIÃO
Golden shower, sadomaso e fetiche: Till Lindemann abre o cabaré no Knotfest
Gustavo Brigatti
Colaboração para Splash, em São Paulo
20/10/2024 20h08
Vocalista do Rammstein, Till Lindemann escolheu o Knotfest para vir ao Brasil pela primeira vez em carreira solo. Mas foi preciso poucos minutos do show para ver que, com ou sem sua banda, a veia provocadora e ousada do alemão continua saltada - diria até, intumescida.
Cantando sobre práticas sexuais pouco ortodoxas, fetiche a aborto, Lindemann é escudado por cinco músicos vestindo roupas em couro vermelho inspiradas em BDSM. A baterista vai além e usa seios falsos e mordaça de ganchos na boca e nariz. Mas o show não enche só os olhos: a música também acompanha a proposta, apostando em um metal industrial executado com potência e competência.
ESCRAVO SEXUAL
A banda de Lindemann possui cinco músicos, mas também conta com um sexto integrante: uma figura vestida de preto e mascarada, cuja função é ficar consertando os equipamentos que os músicos destroem durante o espetáculo e também servir de pedestal de microfone para Lindemann. Toda vez que o vocalista termina uma música, ele atira o microfone no chão, que é prontamente recolhido pela figura, que o fixa no seu capacete e espera, ajoelhado, que Lindemann o resgate.
SINFONIA DO CAOS
Durante o show, Lindemann se comporta como um maestro do caos, praticando e incentivando seus músicos a tocarem o terror. Rolar pelo palco, derrubar equipamento, posar para fotos, sensualizar e fazer espacate estão entre as atividades extra curriculares dos músicos de Lindemann. E ele parece aprovar todas.
CENSURADO?
No palco, o telão continuamente pisca a palavra "Censored" (censurado, em inglês). Não dá pra saber se o grupo gostaria de passar imagens que foram proibidas pela produção do festival ou se é apenas galhofa. A única imagem fora o lettering de censura e o logotipo de Lindemann que aparece no telão é a animação de um pênis em formato de enguia, que atravessa o telão de um lado ao outro. Então tá bom.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL