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Seven Hours After Violet só empolga Knotfest ao homenagear System of a Down

Thiago Cardim

Colaboração para Splash, em São Paulo

20/10/2024 21h37

O Knotfest 2024 serviu como uma espécie de balão de ensaio para a banda Seven Hours After Violet, novíssimo projeto de Shavo Odadjian, baixista do System of a Down. Adição de última hora ao line-up do festival, eles tocaram no palco menor, aquele do lado do principal e até então espaço utilizado apenas pelas bandas nacionais.

Era óbvio que ele estivesse nitidamente empolgado com as canções proprietárias do grupo - que lançou seu primeiro álbum, autointitulado, não tem nem duas semanas.

As canções têm lá seu potencial, mas o vocalista Taylor Barber teve que se esforçar bastante para tirar o público de uma aparentemente simpatia quase automática, um tanto cansada.

O cenário mudou, obviamente, quando Shavo anunciou que ia convidar um amigo para tocar uma canção - e eis que John Dolmayan, batera do System of a Down, assumiu as baquetas.

Com a cozinha da banda devidamente montada, era meio óbvio que viria uma do SOAD, e eles encerraram o show com "Prison Song", que arrancou berros do público, devidamente tirado da apatia.

DNA DE SYSTEM OF A DOWN

É claro que Shavo busca uma identidade própria para a sua nova banda, mas as canções apresentadas no Knotfest 2024 claramente conversam com o que ele faz no System of a Down. Parte do aspecto étnico de origem armênia está lá, fácil e amplamente reconhecível. E não que isso seja um demérito, é bom que se diga.

Seven Hours After Violet se apresentou no Knotfest Imagem: Divulgação

UM SERJ DIVIDIDO EM DOIS

Mas talvez a grande diferença aqui seja justamente nas vozes. Apesar de Barber conseguir alternar, quando necessário, para os vocais mais limpos, é nas interpretações mais extremas que está o seu grande poder.

O seu gutural ajuda a carregar alguns dos sons do Seven Hours After Violet, como "Cry", para um lado que é quase death metal. Mas quando se precisa de uma voz que emule a suavidade que Serj Tankian, do System of a Down, conseguia aplicar, é o guitarrista Alejandro Aranda quem cuida do trabalho. A dualidade de vozes funciona muito bem.

UMA BANDA DE BAIXISTA, PORÉM...

Aqui temos uma questão interessante. Apesar de claramente ser a banda do Shavo (e, não por acaso, as letras iniciais do nome da banda formam o seu nome), as canções apresentadas não colocam o baixo em destaque absoluto.

Na verdade, dá para dizer até que a guitarra do músico e produtor Michael Montoya, mais conhecido como Morgoth (quem gosta de Senhor dos Anéis, vai entender a referência), egresso do grupo de deathcore Winds of Plague e fundador do grupo com o próprio Shavo, se pronunciam ainda mais, num som final que parece misturar System of a Down, Deftones e o próprio Slipknot.

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