Gay que perseguia homossexuais: quem foi o advogado polêmico de Trump?
"O Aprendiz" chegou aos cinemas brasileiros. Estrelado por Sebastian Stan e Jeremy Strong, o filme é uma cinebiografia de Donald Trump entre 1970 e 1980, quando ele ainda se consolidava como um magnata do mercado imobiliário e não cogitava candidatar-se à presidência dos Estados Unidos. No longa, é mostrado que um personagem importante para a história do empresário é Roy Cohn (Strong), advogado conhecido por sua influência e perversidade.
Quem foi Roy Cohn
Conhecido como uma figura "hipócrita", Cohn era um homem gay que perseguia homossexuais. Ele usava as informações sobre a vida sexual de funcionários públicos para tirá-los de seus cargos - ou ameaçá-los. Durante a década de 1950, aconteceu o "Terror Lilás": a política de criminalização e repressão aos homossexuais mantida pelo governo americano.
Morreu de Aids em 1986, insistindo publicamente que tinha câncer de fígado e negando até o fim que era gay, apesar de levar seus amantes a eventos públicos.
O que o catapultou ao sucesso foi o caso contra Julius e Ethel Rosenberg, o qual é citado em "O Aprendiz". Acusados de espionagem em 1951, o casal foi condenado à cadeira elétrica após Cohn ter feito reuniões privadas com o juiz responsável e ter ameaçado o irmão de Ethel a ponto de levá-lo a mentir no tribunal.
Suas táticas sádicas e que violavam os direitos básicos fez com que ele se tornasse querido pelos grandes nomes da política, celebridades e até mafiosos dos anos 1970. Roy Cohn ficou conhecido por ganhar processos que pareciam impossíveis e por destruir reputações.
Relação com Donald Trump
Trump e Cohn se conheceram em 1975, quando a empresa da família do empresário enfrentava um processo por racismo. O advogado aceitou e, ao se aproximar de Trump, o ensinou suas três regras: atacar, negar e sempre admitir vitória.
Roy foi diagnosticado com Aids em 1984, quando Donald Trump já usufruía de muito sucesso. Assim, os dois começaram a se afastar, até a morte do advogado.