Manoel Carlos: como vive autor após deixar TV e diagnóstico de Parkinson
Manoel Carlos, 91, está aposentado das novelas desde 2014, quando escreveu "Em Família" (Globo). O autor, diagnosticado com Parkinson há seis anos, vive desde então longe dos holofotes.
Maneco segue morando no Leblon, zona sul do Rio de Janeiro, ao lado da mulher, Elisabety de Almeida. "Ele ficou conhecido por escrever crônicas do dia a dia, do seu cotidiano, do seu 'quintal', que é o Leblon", conta Júlia Almeida, filha do escritor, em conversa com Splash.
Escritor, que passa a maior parte do tempo dentro de casa, não abre mão de tomar banho de sol todas as manhãs. O ritual diário envolve a leitura de vários jornais, enquanto fica sentado na área externa do imóvel.
Ele está doente, está com Parkinson, mas está bem. Está bem cuidado, com a minha mãe ao lado dele. Tem uma rotina que geralmente é dentro de casa. Júlia Almeida
Autor recebeu o diagnóstico há seis anos. Em entrevista ao jornal O Globo, em junho, a filha de Maneco falou da dificuldade do momento. "Olha, [receber o diagnóstico] nunca é bom, né? Mas é uma doença que é tratável. Ele está muito bem assessorado por médicos e tem acompanhantes."
Manoel Carlos, que assinou tramas como "Por Amor" (1997) e "Laços de Família" (2000), assumiu de vez a posição de telespectador. "Ele assiste um pouquinho [de novelas], mas gosta muito de jornal. Ele assiste muito telejornal", detalha Julia a Splash.
Filha assume legado
Júlia recebeu a missão de conduzir o legado artístico do pai. Ela dirigiu o documentário "O Leblon de Manoel Carlos", que nasceu da necessidade de organizar e preservar a história do escritor.
Meu pai e minha mãe fundaram a produtora Boa Palavra nos anos 1990 para organizar todos os trabalhos criativos do meu pai. Meu pai criava e minha mãe administrava. Agora, meu pai está com 91 anos, saiu de cena, e a minha mãe também, até para ficar muito do lado dele, e me passaram essa missão.
Documentário, disponível no YouTube, é um dos primeiros passos em direção à preservação e divulgação da obra do escritor. Júlia revela que outros projetos estão em desenvolvimento, incluindo uma biografia. "São mais de 7.000 caixas que foram arquivadas e digitalizadas", completa.