Como 'A Diplomata' equilibra a política da ficção e da vida real?
"A Diplomata" está de volta nesta quinta-feira (31), mais de um ano depois do final "explosivo" da primeira temporada. Na nova fase, Kate (Keri Russell) precisa lidar com as consequências da explosão que atingiu Hal (Rufus Sewell) e parte de sua equipe enquanto ainda busca respostas sobre o atentado que guiou toda a primeira temporada.
Ainda que seja uma obra de ficção, a série aborda eventos e questões políticas reais, como o Brexit, a guerra na Ucrânia e o atentado de 11 de setembro, por exemplo.
Em entrevista a Splash, a criadora da série, Debora Cahn, conta como equilibra a política da ficção e da vida real no roteiro da série. Keri Russell e Rufus Sewell também falam da importância e da dificuldade do jargão político nos diálogos.
Os roteiristas e produtores da série conversam diariamente sobre o que será ou não incluído na trama. "Queremos criar um mundo que pareça real e que aborde questões que estejam na mente de todos agora, mas também não queremos fazer um documentário dramático. Não queremos fazer algo arrancado das manchetes."
Eles evitam acontecimentos ou figuras políticas "do momento", que possam fazer com que a série fique datada. "Eu acho que o Brexit vai definir aquele país por uma década, se não mais. Queremos evitar coisas que aconteceram há uma semana, coisas que possivelmente vão mudar completamente antes do lançamento da temporada. Tentamos evitar figuras políticas que estão por aí agora", explica.
Queremos lidar com questões que estão vivas agora, mas não queremos lidar com aqueles que não são nossos personagens. Debora Cahn
Cahn acredita que o apelo das séries políticas é a abordagem de temas importantes de forma que os telespectadores possam se identificar com os personagens. "Muitas vezes achamos que essas decisões são tomadas lá longe, por pessoas muito diferentes, e não são. [...] Quando conseguimos encontrar esses pontos de conexão, essa é uma forma de se atrair pessoas e fazê-las pensar sobre coisas que realmente importam", diz a criadora, que já trabalhou em séries como "The West Wing" e "Homeland".
Jargão político é o charme da série, dizem protagonistas
Keri Russell, que interpreta Kate, admite que ainda é difícil "soltar" o jargão político que permeia todo o diálogo da série. "Temos alguns parágrafos cheios de palavras e não tivemos o luxo de passar 20 anos vivendo de verdade nesse mundo, então fazemos o nosso melhor para acompanhar."
Esse é o truque divertido da série. As palavras a mais, os nomes, os lugares, as descrições de forças da milícia no Oriente Médio... Tudo isso é parte do charme da série, e é preciso aprender. É isso que faz essas pessoas parecerem inteligentes, descoladas, empolgantes. Keri Russell
Rufus Sewell, que interpreta Hal, concorda e se sente aliviado por não precisar usar o jargão com a mesma frequência que Kate. "Saber todos esses acrônimos e nomes de líderes mundiais com a mesma familiaridade que você saberia nomes de ruas da cidade em que você cresceu ou o nome de pessoas com quem você estudou... Por esse motivo, sou grato por ela ter que fazer tudo isso, e eu não. Mas é melhor eu tomar cuidado, ou isso vai vir me pegar. Sempre que falo algo desse tipo, aparece um discurso no dia seguinte", brinca.
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