Executivos de games exaltam a BGS e o mercado brasileiro: 'Viemos aprender'

A 15ª edição da Brasil Game Show aconteceu no mês passado, em São Paulo, e, apesar da promessa de uma "edição comemorativa", acabou marcada por estandes pequenos, áreas vazias e pouca variedade de jogos novos para curtir. Ainda assim, executivos da área exaltaram o evento e o mercado brasileiro.

Edição histórica

No início, em 2012, era uma ocasião especial para curtir jogos inéditos, meses antes do lançamento. Depois, se tornou um ponto de encontro para conhecer influencers e personalidades da internet em geral. E quando a CCXP alçou voo, a BGS quis virar, também, um espaço para prestigiar grandes nomes da indústria dos games, como os atores de "GTA 5", ou então Hideo Kojima, diretor de "Metal Gear Solid" e "Death Stranding".

Agora, em 2024, a "edição histórica" teve uma aura de fim de festa, acentuada pela ausência das gigantes PlayStation e Xbox, e pelo recente surgimento de feiras rivais, como a gamescom latam. Mas isso significa que a BGS 2024 foi um fracasso? Não mesmo.

O evento divertiu, recebeu grande volume de público animado e apresentou alguns títulos que só podiam ser jogados por lá. Entre eles estão RPG macabro "Path of Exile 2" e o game de luta "Fatal Fury: City of the Wolves".

Fãs também se encontraram com personalidades dos games. Entre eles Roger Clark, voz de Arthur Morgan em "Red Dead Redemption 2", A japonesa Ikumi Nakamura, desenvolvedora de games cult como "Okami", "Bayonetta", "The Evil Within" e mais.

Janela latino-americana

Apesar de alguns problemas, os executivos estrangeiros da indústria de games rasgaram elogios ao evento e ao público brasileiro. "Tem sido superacolhedor", falou a Splash o português Bruno Nunes, diretor de arte de "Dune: Awakening".

Meus colegas todos falam inglês, sou o único que falo português, e mesmo assim eles sentiram o calor das pessoas, que se esforçam para se comunicar com eles. As pessoas nos agradecem por ter vindo ao Brasil. Bruno Nunes

O desenvolvedor europeu afirmou que a BGS segue como uma das principais janelas de visibilidade para o público latino-americano, já que a feira também recebe jornalistas dos países vizinhos. "Esta é uma das maiores exposições da América do Sul, suponho que tenha bastante divulgação já que o público brasileiro é imenso.

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Venho de um país que tem 10 milhões de habitantes, e só São Paulo já ultrapassa esse número. O estúdio é da Noruega, que tem 5 milhões de habitantes. A escala do Brasil é enorme, e também dei entrevista para mais pessoas da América Latina, chegamos a muita gente. Vocês deviam estar orgulhosos do evento que tem aqui. Nunca vi nada tão bem construído e bem preparado. Bruno Nunes

Para os desenvolvedores, a Brasil Game Show é uma chance de entender o elusivo gamer brasileiro. Afinal, o Brasil é um dos países que mais consome videogames, então é natural que estúdios estrangeiros queiram cativar o público daqui.

É o caso da equipe por trás da série "Jackbox", que são coletâneas de minigames à la pergunta-e-resposta, curiosidades gerais e mais, para curtir com a família e amigos. A BGS é, no caso, o segundo evento brasileiro em que os norte-americanos aparecem, tendo vindo para a gamescom latam meses antes, em junho.

"Queríamos ver o quão diferentes são os eventos, já que esse é muito maior, o que nos deixou bem animados", explicou Belia Portillo, vice-presidente internacional e gerente de marketing global da Jackbox Games. "Estamos tentando entender o mercado brasileiros e quais jogos as pessoas jogam por aqui. Vimos um estande do Gartic ali fora, que é um jogo muito semelhante ao nosso. Então, se isso é algo que os brasileiros gostam, temos algo para oferecê-los. Estamos aqui para aprender!

A presença no país se dá após um impressionante trabalho de localização dos títulos ao idioma, com texto e dublagem em português, e perguntas e curiosidades relevantes à cultura brasileira. Na BGS, o estande de Jackbox era mais como uma área de descanso, em que as pessoas podiam sentar e jogar umas partidas sem compromisso, para dar risadas e recarregar as energias.

Segundo a executiva, criar experiências em feiras assim é importante, já que a difusão dos games "Jackbox" no Brasil é constante, ainda que um pouco lenta. "Foi divertido ver um crescimento de 100% nas livestreams brasileiras no período de um ano: em 2023, eram duas pessoas, e agora são cerca de 20 fazendo lives do nosso jogo. É legal de ver, claro, mas ainda vemos muito espaço para aumentar a divulgação do game."

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A próxima edição da BGS está confirmada entre os dias 11 e 15 de outubro de 2025.

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