Fernanda Torres: 'Ainda Estou Aqui' é filme sobre afeto em um mundo ódio
Premiado no Festival Internacional de Cinema de Veneza e na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, "Ainda Estou Aqui" tem se sobressaído em grandes eventos mundiais.
A protagonista Fernanda Torres avalia a recepção da obra sobre a família de Rubens Paiva durante seu desaparecimento no início da década de 1970. "Saímos de Veneza, fomos para Toronto (...), que é um festival de mercado, com gente que gosta de cinema", lembra. "E foi igual: as pessoas emocionadas, reconhecendo o filme. Foi lindo, localizei nosso filme nesse mar de filmes excelentes, mas diferentes. Tem sua própria grandeza".
Mesmo após tantos eventos, foi no Brasil que o longa atingiu seu ápice. "Chorei quando o avião tocou em solo brasileiro", lembra a atriz.
Para ela, é um orgulho que um filme nacional alcance este patamar. "É um filme sobre afeto e sobre pensar em afeto no mundo de raiva, de ódio".
É um filme sem nenhum apoio, lançado quase como um teatro, festival a festival. É um processo em onda, de ocupar espaços no mundo. É um trabalho de formiga imenso para que um filme falado em português exista no mundo Fernanda Torres
Selton Mello avalia ida ao Oscar
Aclamado em tantos festivais, o filme se tornou um dos favoritos a serem cotados para o Oscar 2025. Frente à crescente expectativa, Selton Mello, que interpreta o protagonista do longa, diz que o grande trunfo do filme é ele ser "humano". "Se vier o Oscar, maravilhoso. Se não vier, não é um demérito do filme", diz.
Para o diretor Walter Salles, o principal prêmio é o do público —e isso ele garantiu na Mostra de São Paulo. "O filme só se completa quando o espectador vai lá e vê o filme projetado. Então o prêmio do público é o prêmio onde cada espectador completou o filme, e o somatório desses olhares é que gera o prêmio mais lindo do cinema", explica.
No Plano Geral, Vitor Búrigo disse que o filme é um dos mais aguardados do ano. "É uma coisa linda, que dá orgulho de ver, nossa história contada com esse elenco e direção", afirmou.
Novo 'Arca de Noé' é antídoto à violência e tolerância
Baseado no disco homônimo de Vinícius de Moraes, "Arca de Noé" é a nova comédia musical de animação que ocupa, desde essa quinta-feira (7), as salas de cinema voltadas ao público infantil.
Sérgio Machado, que dirige o filme com codireção de Alos di Leo, diz que "nunca tinha imaginado" fazer um filme infantil —muito menos uma animação. "Queríamos fazer um filme grande, à altura da estatura do Vinícius, que fez a 'Garota de Ipanema', que fez 'Orfeu Negro', que ganhou o Oscar e a Palma de Ouro. Que ganhou o primeiro Emmy da TV Brasileira."
A intenção, diz ele, é transmitir uma mensagem "de peso" às crianças. "Pensamos em fazer um filme que falasse de tolerância, de aceitar o outro (...) E também a ideia de que a arte é o melhor antídoto possível para a barbárie —que se as pessoas cantassem mais, fossem mais ao teatro, fizessem teatro, dançassem mais, talvez a gente tivesse menos violência e menos guerra".
Segundo Alos di Leo, as crianças gostam de serem tratadas "um pouquinho mais adultas". "'Arca de Noé' está bem nesse ponto, em que a gente não trata a criança só como uma criança bobinha. Tem piada bobinha, mas não é só isso. Tem questões, tem mensagem (...) as poesias do Vinícius de Moraes tinham esse duplo sentido, elas não eram só fofas".
- Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.
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