Antídoto à violência e intolerância, diz diretor sobre novo 'Arca de Noé'
Baseado no disco homônimo de Vinícius de Moraes, "Arca de Noé" é a nova comédia musical de animação ocupado, desde essa quinta-feira (7) as salas de cinema voltadas ao público infantil.
Sérgio Machado, que dirige o filme com codireção de Alos di Leo, diz que "nunca tinha imaginado" fazer um filme infantil —muito menos uma animação. "Queríamos fazer um filme grande, à altura da estatura do Vinícius, que fez a 'Garota de Ipanema', que fez 'Orfeu Negro', que ganhou o Oscar e a Palma de Ouro. Que ganhou o primeiro Emmy da TV Brasileira."
A intenção, diz ele, é transmitir uma mensagem "de peso" às crianças. "Pensamos em fazer um filme que falasse de tolerância, de aceitar o outro (...) E também a ideia de que a arte é o melhor antídoto possível para a barbárie —que se as pessoas cantassem mais, fossem mais ao teatro, fizessem teatro, dançassem mais, talvez a gente tivesse menos violência e menos guerra".
Segundo Alos di Leo, as crianças gostam de serem tratadas "um pouquinho mais adultas". "'Arca de Noé' está bem nesse ponto, em que a gente não trata a criança só como uma criança bobinha. Tem piada bobinha, mas não é só isso. Tem questões, tem mensagem (...) as poesias do Vinícius de Moraes tinham esse duplo sentido, elas não eram só fofas".
Selton Mello sobre 'Ainda Estou Aqui'
Premiado no Festival Internacional de Cinema de Veneza e na 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, "Ainda Estou Aqui" é um dos longas favoritos para serem cotados ao Oscar 2025.
Frente à crescente expectativa, Selton Mello, que interpreta o protagonista do longa, diz que o grande trunfo do filme é ele ser "humano". "Se vier o Oscar, maravilhoso. Se não vier, não é um demérito do filme", diz.
Para o diretor Walter Salles, o principal prêmio é o do público —e isso ele garantiu na Mostra de São Paulo. "O filme só se completa quando o espectador vai lá e vê o filme projetado. Então o prêmio do público é o prêmio onde cada espectador completou o filme, e o somatório desses olhares é que gera o prêmio mais lindo do cinema", explica.
No Plano Geral, Vitor Búrigo disse que o filme é um dos mais aguardados do ano. "É uma coisa linda, que dá orgulho de ver, nossa história contada com esse elenco e direção", afirmou.
Filme é sobre afeto em um mundo ódio
Fernanda Torres, que divide o protagonismo com Selton, diz que o filme tem se sobressaído em grandes festivais. "Saímos de Veneza, fomos para Toronto (...), que é um festival de mercado, com gente que gosta de cinema", lembra. "E foi igual: as pessoas emocionadas, reconhecendo o filme. Foi lindo, localizei nosso filme nesse mar de filmes excelentes, mas diferentes. Tem sua própria grandeza", afirma.
Mesmo após passar por tantos eventos, foi no Brasil que o longa atingiu seu ápice. "Chorei quando o avião tocou em solo brasileiro", lembra a atriz.
Para ela, é um orgulho que um filme nacional alcance este patamar. "É um filme sobre afeto e sobre pensar sobre o afeto no mundo de raiva, de ódio".
É um filme sem nenhum apoio, lançado quase como um teatro, festival a festival. É um processo em onda, de ocupar espaços no mundo. É um trabalho de formiga imenso para que um filme falado em português exista no mundo. Fernanda Torres
- Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.
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