Melodias pegajosas e atemporais triunfam em show da banda inglesa Keane
Um show de duas horas de duração, com uma multidão cantando sem parar praticamente cada verso de cada uma das mais de 20 músicas tocadas. A apresentação do Keane no Espaço Unimed, em São Paulo, no sábado (9), foi um triunfo de um grupo que sabe como poucos criar melodias pegajosas.
A banda inglesa passou pelo Brasil (houve shows também em Curitiba e no Rio de Janeiro) para celebrar os 20 anos de seu primeiro disco, "Hopes and Fears".
O Keane já lançou cinco álbuns no total, mas "Hopes and Fears" ainda é o que melhor representa o som emocional, muitas vezes melancólico e introspectivo.
É um tipo de rock que tomou as paradas no início dos anos 2000. O Keane caminhava, ali, em uma calçada que havia sido pavimentada por nomes como Travis e Coldplay (o primeiro já havia lançado quatro discos em 2004; o segundo, dois).
Mas o Keane seguiu por uma trilha própria, graças ao talento de Tom Chaplin (vocal), Tim Rice-Oxley (teclado), Richard Hughes (bateria) e Jesse Quin (baixo) para compor melodias que grudam no ouvido.
Foi o que o animado público paulistano testemunhou desde o início do show, aberto por "Can't Stop Now", a sétima faixa de "Hopes and Fears". Pouco depois, veio "Bend and Break", com versos como "Eu vou te encontrar do outro lado/ Eu vou te encontrar na luz/ Se eu não sufocar/ Eu vou te encontrar pela manhã, quando você acordar", que ganharam uma chuva de papel picado.
Ao vivo, as músicas soam mais encorpadas. Chaplin tem uma voz quente e os músicos desenrolam as canções com uma bela sofisticação rítmica.
Além das faixas de "Hopes and Fears", a banda mostra hits de outros álbuns, como a agitada "Is It Any Wonder?", de "Under the Iron Sea" (2006).
"You Are Young", do disco "Strangeland" (2012), faz bela companhia à canção que vem logo em seguida, "Everybody's Changing", um dos maiores sucessos do disco que completa duas décadas. "Tão pouco tempo/ Tente entender que estou / Tentando me mexer só para me manter no jogo/ Eu tento ficar acordado e lembrar meu nome/ Mas todo mundo está mudando, e eu não me sinto o mesmo", diz a letra desta música que parece não ter adquirido nenhuma ruga.
Simpática, a banda incluiu no show "The Frog Prince", em homenagem ao fã-clube brasileiro The Frog Prince Squad, que estava presente no Espaço Unimed.
"This Is the Last Time" e "Somewhere Only We Know", dois dos grandes hits de "Hopes and Fears", aparecem na parte final do show. Esta última é acompanhada em coro pelo público.
O bis foi aberto por "Disconnected", seguida por "We Might as Well Be Strangers" e "Sovereign Light Café".
Em seguida, entrou uma que não estava no setlist: "Under Pressure", clássico de Queen e David Bowie, em uma versão bem decente.
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Quero receberO show foi encerrado por "Bedshaped", faixa que também finaliza "Hopes and Fears". Simboliza o sucesso não apenas de um disco que tocou tanta gente mas de um show que mostra por que o Keane ainda é tão amado pelo mundo.
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