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Bate-papo sobre tudo o que rola no cinema do Brasil e do mundo


'Maré Alta', com Pigossi, reafirma relevância do Mix Brasil: 'Uma Loucura'

Colaboração para Splash, em São Paulo

13/11/2024 05h30

Mix Brasil, o maior festival de cinema LGBTQIA+ da América Latina, volta para sua 32ª edição com destaques nacionais e internacionais. Neste ano, o festival é sediado em São Paulo e acontece entre 13 e 24 de novembro.

Festival de cinema

Com gêneros que vão da comédia ao terror, o evento procura trazer não só "filmes temáticos", mas autores da comunidade. "Tem uma programação muito consistente mesmo", defende Flávia Guerra no Plano Geral. "Não é um festival só para quem é LGBTQIA+, é para todo mundo."

Na programação estão o premiado "Baby" (Marcelo Caetano) e "Maré Alta" (Marco Calvani), com Marco Pigossi, que ganhou as telas do mundo. No primeiro, Pigossi vive um imigrante nos EUA em uma jornada de amor e acolhimento longe de casa. "Esse filme já passou em outros festivais internacionais", explica Vitor Búrigo. "É muito legal ver mais um talento brasileiro se destacando internacionalmente." "Uma Loucura, o Brasil no mundo", complementa Flavia.

Flávia afirma que o Brasil tem, atualmente, uma boa safra de atores "exportados", como Alice Braga, Fernanda Torres e Wagner Moura. "Projeção, temos", diz ela, ao incluir nessa lista Pigossi.

Série retrata chacina do RJ

A chacina que marcou o Rio de Janeiro e chocou o Brasil em 1993 se torna ficção na Netflix. Em "Os Quatro da Candelária", o espectador acompanha em quatro episódios a chacina pelos olhos de jovens que simulam os oito mortos na tragédia. "Reflete não só o Brasil de 1993, mas o Brasil de hoje: como esses crimes continuam acontecendo e crianças continuam vivendo nessa situação. Que futuro elas esperam?", questiona Vitor Búrigo.

O ator Leandro Santana, que está no projeto, diz que a série retrata a "infância roubada" tanto daqueles que morreram, quanto dos que sobrevivem sob essa realidade.

É um projeto que aborda uma dessas tragédias sociais e raciais do Brasil por um viés ainda mais comovente e emocionante —e talvez por isso a série tenha se tornado um fenômeno. A abordagem, o recorte, reflete sobre as infâncias roubadas, sonhos perdidos e as possibilidades de futuro que essas crianças tinham e foram destruídas Leandro Santana

O diretor Luis Lomenha afirma que o filme rompe uma bolha social, atingindo os lares de periferias. "A série foi pensada para ser recebida pelo público pelo qual está sendo. Quando começamos o processo de desenvolvimento, pensamos em como chegaríamos no povo, como romperíamos a bolha de quem está acostumado a consumir esse tipo de conteúdo".

Para narrar a chacina, ele escolheu misturar os universos fantástico e real com referências próprias, já que sua própria família chegou a ser vítima dessa violência racial e social. "O sonho é comum a todos nós, seres humanos", explica. "Construir a narrativa a partir dos sonhos sempre foi nossa premissa inicial (...) e retratamos uma fantasia muito latino-americana, palpável e real. Não é impossível sonhar com o que os personagens sonham."

Por conta de sua escolha narrativa, o diretor chegou a ser elogiado por um policial. "O mais difícil é atingir o povo, e umas das mensagens que recebi e mais gostei foi de um policial dizendo: 'obrigada por ter tido coragem de diferenciar polícia de milícia'", conta. "Foi muito gratificante e o maior feito da série."

  • Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

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