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OPINIÃO

Nova vocalista martela no Allianz e clima é de 'O Linkin Park voltou'

Emily Armstrong se apresenta marcando nova formação do Linkin Park no Allianz Imagem: Marcelo Barretto/AgNews

Bruna Monteiro de Barros

Editora-chefe de Splash

16/11/2024 16h20

O Linkin Park voltou! Esse foi o clima no Allianz Park lotado com 46 mil pessoas nesta sexta-feira (15) quando acabou o show da turnê de "From Zero", o primeiro disco da banda desde a morte de Chester Bennington, em 2017, lançado oficialmente na própria sexta. A estreante Emily Armstrong não precisou de muito, depois das duas primeiras faixas, "Somewhere I Belong" e "Crawling", ela já tinha colocado a galera no bolso com sua postura altiva e o gesto de oferecer o microfone pro estádio cantar.

O repertório trouxe muito dos discos que consagraram a banda e que fazem o estádio vir abaixo, mas os singles do novo disco se mostraram totalmente assimilados. Em "The Emptiness Machine", por exemplo, rodas se abriram na pista, e "Heavy Is The Crownn" foi cantada a plenos pulmões como um hit consagrado. O rapper, multi-instrumentista, vocalista e líder da banda, Mark Shinoda, se emocionou várias vezes e agradeceu a acolhida.

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O som do Linkin Park, essa mistura autêntica de rap, metal e eletrônico, que atrai um público tão diverso e hoje já une gerações, ganha uma camada a mais com a presença de uma vocalista mulher.

"Emily, Emily"

A comparação é inevitável, por mais descortês que seja. Eu comparei, o Allianz comparou e o Shinoda comparou na escolha. Quando falava ao New York Times sobre o lançamento de "Lost", faixa gravada em 2003 e que ficou de fora do "Meteora" por ser muito parecida com "Numb", Shinoda disse o seguinte sobre Chester: "Ele podia pegar aquela coisa que ele estava cantando e simplesmente martelar no coração de alguém. É difícil conseguir isso". Era fevereiro de 2023. Em setembro de 2024, Emily era anunciada no LP. E, sim, a ex-vocalista do Dead Sara pode martelar, como pode enfiar uma espada ou derreter um coração. Como vimos na versão voz e piano arrepiante de "Lost" ao lado de Shinoda no Allianz.

Outra coisa que ela tem em comum com Chester é uma certa "dupla face", sair do calminho pro monstro e voltar pro calminho como se nada houvesse. Mas ela imprimiu sua marca, o tom mais agudo, uma certa rouquidão, a postura ereta andando de ponta a ponta o show inteiro. Na sequência de "The Catalyst", "Burn It Down" e "Waiting for the End", mais melódica, o povo ficou um pouco mais calmo e foi possível saborear essas características da nova vocalista. E o estádio respondeu com gritos de "Emily, Emily" aqui e ali.

Linkin Park se apresenta no Allianz parque com a nova formação, comandada por Emily Armstrong e Mike Shinoda Imagem: Marcelo Barretto/AgNews

Senhores, o palco

A iluminação e a cenografia do palco fazem o show do Linkin Park ainda mais grandioso. Explicando, parece simples: acima do palco, dois cubos; ao lado, dois telões gigantes; no fundo, fileiras de pontos de luz; no chão, pontos de lasers. Mas o que esse conjunto pode fazer quando acionado é realmente impressionante. Cores, texturas, raios, efeitos e alteração de profundidade mantêm o público preso ao palco trabalhando em conjunto com a banda aumentando a adrenalina e a emoção.

Repertório-sanduíche

O único disco que Shinoda diz não tocar mais é "One More Light", lançado em 2017, pouco antes do suicídio de Chester Bennington, isso porque as músicas foram escritas de forma pessoal demais. Dos outros sete álbuns da banda, tudo poderia aparecer, mas para a alegria dos fãs, foram "Hybrid Theory" e "Meteora", os dois primeiros, que brilharam mais, com 11 das 27 músicas. "Somewhere I Belong" e "Crawling" abrindo, e "Numb", "In the End" e "Faint" fechando, antes do bis. Um sanduíche esperto, com recheio de momentos catárticos, de alguns estranhamentos, da descoberta da nova formação e de um bonito acolhimento a uma galera que se reinventou com louvor depois de um capítulo dramático e triste demais.

Linkin Park se apresenta no Allianz parque com a nova formação, comandada por Emily Armstrong e Mike Shinoda Imagem: Marcelo Barretto/AgNews

O setlist

Ato 1
Somewhere I Belong
Crawling
Lying From You
Two Faced
New Divide (com "Moscow intro")
The Emptiness Machine

Ato 2
The Catalyst
Burn It Down
Waiting for the End
Castle of Glass
Joe Hahn Solo
Empty Spaces
When They Come for Me / Remember the Name
Casualty
One Step Closer

Ato 3
Lost (encurtada: versão piano dueto Mike e Emily )
Breaking the Habit
What I've Done

Ato 4
Leave Out All the Rest
My December (acústico)
Over Each Other (Emily na guitarra)
Numb (com intro "Numb/Encore")
In the End
Faint

Bis
Papercut
Lost in the Echo
Heavy Is the Crown
Bleed It Out (com "A Place for My Head" verse 1 in the bridge

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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