De Neruda a Britney: veja cinco dicas de livros autobiográficos
De Splash, em São Paulo
17/11/2024 05h30
De Pablo Neruda a Britney Spears, várias personalidades já examinaram a si mesmas em autobiografias. Em livros como esses, é possível encontrar histórias, reflexões, revelações, tudo em primeira pessoa, direto da fonte.
O colunista Rodrigo Casarin e as repórteres Fernanda Talarico e Luiza Stevanatto, de Splash, trazem cinco autobiografias de grandes personalidades.
Relacionadas
"Confesso que Vivi", de Pablo Neruda (Bertrand Brasil, tradução de Olga Savary e Luis Carlos Cabral)
Rodrigo Casarin - Pablo Neruda foi um dos grandes nomes da literatura latino-americana no século 20. Sua poesia lhe valeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1971 por, com sua força, reavivar o destino e os sonhos de um continente, segundo a Academia Sueca.
Sua vida política alinhada a ideias de esquerda, por outro lado, resultou em perseguições que se arrastaram até a sua morte, ainda hoje motivo de discussão —teria sido assassinado pela ditadura de Pinochet?
Em "Confesso que Vivi", Neruda entrega aos leitores recordações de sua trajetória. Ciente de que a memória é escorregadia, traiçoeira e multifacetada, avisa: "As memórias do memorialista não são as memórias do poeta. Aquele viveu talvez menos, porém fotografou muito mais e nos diverte com a perfeição dos detalhes; este nos entrega uma galeria de fantasmas sacudidos pelo fogo e a sombra de sua época".
"Down with the System: Um livro de memórias (ou algo assim)", de Serj Tankian (Buzz, tradução de Carolina Simmer)
Fernanda Talarico - Serj Tankian é conhecido mundialmente por ser o vocalista do System of a Down, mas também por seu ativismo sério e comprometido. O músico é uma voz ativa sobre o genocídio armênio. Em sua autobiografia, conta detalhes sobre o terror vivido por seus familiares que precisaram fugir não apenas da Armênia, como também do Líbano, até terem uma vida 'tranquila' nos Estados Unidos.
Ele também relembra momentos tensos nos quais passou com sua família, até a glória dos anos dourado do System of a Down. O livro se torna uma deliciosa aventura pela história mundial e também pela narrativa pessoal de Serj.
"O lugar", de Annie Ernaux (Fósforo, tradução de Marília Garcia)
Luiza Stevanatto - Nesse livro curto, mas intenso, Annie Ernaux se debruça sobre as relações familiares e de classe, esmiuçando a própria relação com o pai, um homem simples, e o abismo que se criou quando ela ascendeu socialmente por meio da educação. São 70 páginas que fazem refletir, a partir da narrativa de Ernaux, sobre o nosso próprio lugar no mundo.
"A mulher em mim", de Britney Spears (Buzz, tradução de Cristiane Maruyama)
Fernanda Talarico - A gente não sabia, mas a Britney Spears tinha muito a dizer. A cantora desabafa e abre a própria história em um livro escrito após a 'libertação' da tutela do pai. Ao longo da autobiografia, conhecemos detalhes sórdidos do início de sua careira, relacionamentos e muito mais.
Mesmo não sendo mãe, me emocionei e fiquei devastada ao ler os trechos nos quais Britney conta da separação forçada do filho quando ele ainda era um bebê. Triste e real, 'A Mulher em Mim' se tornou leitura obrigatória aos fãs de música pop".
"Rita Lee: uma autobiografia", de Rita Lee (Globo Livros)
Luiza Stevanatto - Que sorte Rita Lee ter nos deixado não só uma, mas duas autobiografias com a sua cara. Um livro delicioso, sincero, por vezes, tocante, escrito com todo o bom humor e a ironia de uma das maiores estrelas da música brasileira.
Leitura fácil, em formato de crônica, com o empurrãozinho de um "fantasma": o biógrafo Guilherme Samora, que por vezes corrige as falhas na memória da cantora.
Ao comprar pelos nossos links, ganhamos uma comissão, mas você não paga nada a mais por isso. O UOL não é dono nem participa da comercialização dos produtos oferecidos neste conteúdo. Dessa forma, não nos responsabilizamos pelos itens anunciados.