Não foi só demissão ao vivo: Ed Motta 'causa' e já criticou de Ivete a Raul

Ed Motta causou polêmica ao demitir um profissional da sua equipe durante uma apresentação no festival Rock The Mountain, no último domingo (17). Mas essa não foi a primeira vez que o compositor, cantor e produtor musical gerou debate com suas declarações.

De Ivete Sangalo a 'não falo português'

Ed Motta já criticou Ivete Sangalo e Criolo por cantarem Tim Maia. Em 2015, Ivete Sangalo e Criolo fizeram parte de um projeto de uma marca de cosméticos para homenagear Tim Maia. Porém, Ed, que é sobrinho do artista, criticou as escolhas. "Uma empresa de creme me procurou para fazer o 'projeto' Tim Maia, a grana não era compatível com meu desprazer em fazer isso. Para mim, a música do Tim Maia é intocável, fica bom mesmo é com ele, é preciso honestidade e vergonha na cara para admitir isso. Mais do que sacanagem, é um desrespeito por gente que dedicou a vida inteira a isso. Vontade de vomitar, que coisa podre", disse na época, sugerindo Claudio Zoli e Sandra de Sá como opções viáveis para o tributo.

"Não falo em português no meu show". Ainda em 2015, ao anunciar mais uma turnê na Europa para divulgar músicas do álbum "AOR", o músico fez fortes críticas aos brasileiros que desejavam ir aos seus shows, ressaltando que não falava português durante as apresentações. "O inglês é a língua universal, então, pelo amor de Deus, não venha com um grupo de brasuca berrando 'Manuel' porque não tem, e muito menos gritar 'fala português, Ed'. O mundo inteiro fala inglês. Não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês", diz um trecho do texto que Ed Motta escreveu na época no seu Facebook.

Criticou "turma simplória" que vai aos shows. Na mesma postagem em que criticou o público que não falava inglês, o cantor disse que seu público brasileiro "de verdade" na Europa é "mais culto" e que "essas pessoas nunca gritaram nada". "O negócio é que vai uma turma mais simplória que nunca me acompanhou no Brasil, público de sertanejo, axé, pagode, que vem beber cerveja barata com camiseta apertada tipo jogador de futebol, com aquele relógio branco, e começa gritar nome de time", escreveu.

Críticas a Raul Seixas. Já em 2022, Ed Motta criticou o músico Raul Seixas (1945-1989), dizendo que ele "era uma put* de uma merd* e ruim pra c*ralho musicalmente. As falas foram feitas durante uma live no seu canal do YouTube. "Raul Seixas tem uma falha de caráter terrível na vida dele: ele foi funcionário de gravadora, ou seja, ele trabalhou contra os colegas", começou Ed. "Eu não tenho medo nenhum de falar contra o Raul Seixas, que era uma put* de uma merd*, ruim pra c*ralho musicalmente, de tudo", afirmou.

Quem fazia o que ele tinha de mais brilhante, que era o texto, era o Paulo Coelho. Então, esse cara era um idiota, era um funcionariozinho de gravadora, gravando uns discos de merd*, entendeu? E nego vem: 'canta Raul'. Que p*rra, que que é isso, bicho? Um cara desqualificado de tudo, p*rra. Ed Motta sobre Raul Seixas, em 2022

"Qualquer um que ouve hip hop é burro". Neste ano, a polêmica foi com a comunidade do rap. Durante uma live no seu perfil do Instagram, ele disse que pessoas inteligentes escutam músicas do gênero clássico e jazz. "Qualquer um que ouve hip hop é burro. Sem exceção. Outro dia eu vi um trecho de uma entrevista desse bobalhão do Rafinha Bastos [que disse]: 'Ah, porque hip hop é o tipo de música que eu mais gosto de ouvir. O cara é um imbecil", disse em um trecho.

Depois da tempestade...

Ed costuma pedir desculpas depois de críticas ferrenhas. No caso da postagem sobre o público brasileiro na Europa, ele escreveu outro texto pedindo desculpas, alegando que "a pessoa pública não é Deus". "A forma que escrevi muitas coisas, eu mesmo repudio, mas é fruto da minha cabeça lotada de revoltas, decepções na arte, paranoias etc., que me fazem me entupir de um monte de remédios para ansiedade, depressão etc.", disse em um trecho.

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Duas semanas depois da crítica ao Raul Seixas, ele fez outro vídeo dizendo que "ficou triste e com vergonha". "Eu fiquei triste de verdade, triste mesmo. Eu não estou em busca de mais likes, mais seguidores, maior quantidade de shows, vender mais discos, nunca estive em busca disso", disse. Depois, pediu desculpas pela maneira agressiva como chamou o cantor durante a live. "Peço perdão pela forma agressiva e grosseira que falei do Raul Seixas. (...) O motivo [de pedir perdão] não é porque os fãs gritaram no meu ouvido, o motivo aqui é vergonha, é tristeza", disse o músico.

Pediu perdão sobre críticas a quem gosta de hip hop. Pouco tempo depois da publicação polêmica, ele retornou às redes sociais para pedir "perdão por seu comportamento grosseiro e desrespeitoso". "Eu estava numa live, vocês sabem que é caótico, que eu falo mal de um monte de coisas, mas não justifica. Um monte de gente chateada comigo. Então, peço perdão a vocês. Eu errei feio", disse.

No caso da demissão no Rock The Mountain, afirmou que poderia ter lidado com a situação de outra forma. "Todos recebem o mesmo cachê, o nível dos erros cometidos hoje comprometeu a minha performance e consequentemente da banda. Não foi coisa simples, coisa pouca, foi grave, sério", respondeu o cantor nesta segunda-feira (18). O músico, no entanto, afirmou que poderia ter lidado com a situação de outra forma. "Eu deveria ter uma inteligência emocional (sangue de barata) mais aguçada. Pedi desculpas pelo ocorrido no show e peço novamente", declarou.