'Um Espião Infiltrado': série é baseada em história real de agente em asilo
Com Ted Danson, a série "Um Espião Infiltrado" (A Man on the Inside) chega à Netflix nesta quinta-feira (21). A produção mistura comédia com reflexões sobre a vida e repete a dobradinha do ator com o diretor Michael Schur após "The Good Place".
Baseado em fatos reais
Charles (Danson), aos 70 e poucos anos, é um professor aposentado comum que vive o luto após perder a esposa, mas acaba entrando em uma aventura e se torna um espião. A missão de Charles? Atuar infiltrado em uma casa de repouso de São Francisco para solucionar o roubo de uma relíquia de família.
A série é baseada no documentário chileno "O Agente Duplo" (2020). A produção indicada ao Oscar narra a história de um investigador particular que contrata uma pessoa para trabalhar como espiã em um asilo onde há suspeitas de abusos contra os idosos.
O documentário chileno tem uma mistura maravilhosa de comédia, tristeza e honestidade. Nós, realmente, tentamos manter essa sensação. Queríamos que fosse engraçada, há muitas piadas, mas também queríamos ser muito honestos sobre o envelhecimento: o que isso significa, o que as pessoas precisam conforme envelhecem e como seus relacionamentos mudam e evoluem. E, mais do que tudo, queríamos argumentar que estar com outras pessoas é uma das coisas mais importantes da vida. Michael Schur
Humor para fazer pensar
A história de espionagem é, na verdade, o pano de fundo para transmitir mensagens importantes: envelhecimento, relações interpessoais e como lidar com a morte. Enquanto investiga os possíveis culpados, Charles logo se enturma com os outros moradores e funcionários, o que lhe permite perceber que ainda há muito para viver.
É uma celebração da vida. As pessoas pensam que, quando você começa a envelhecer, está se preparando para a morte. Não, em vez disso, viva sua vida plenamente até o fim. Não se prepare para a decadência, mas para novas aventuras. Ted Danson
Para Danson, o personagem está redescobrindo sua paixão pela vida. "Ele teve uma carreira completa como engenheiro. Sua esposa faleceu, ele ficou triste e sua vida começou a encolher cada vez mais, até que algo inusitado acontece... Ele fica tão empolgado. É como um bebê aprendendo a andar. Ele é péssimo nisso, mas está muito animado. É divertido interpretar isso".
"A vida, não importa em que fase alguém esteja, pode ser divertida, gratificante, cheia de coração e humor", afirma Stephanie Beatriz. A atriz interpreta Didi, a onipresente diretora do asilo, que se dedica quase 24 horas ao bem-estar daqueles idosos. Em papo com Splash, ela diz que a série deve ser assistida por famílias de diferentes faixas etárias: "Meu desejo é que o público seja multigeracional".
Por estarmos sempre em nossos telefones ou atrás de telas de computador, estamos carentes de uma comunidade física. Uma das coisas que abordamos é como ter uma comunidade real pode realmente afetar seu bem-estar, seu senso de identidade e sua sensação de possibilidades. Stephanie Beatriz
Linha tênue entre humor e drama
O maior desafio de fazer a série foi equilibrar o humor com as reflexões sobre vida e envelhecimento, conta Michael para Splash. Ele quis criar uma produção em que a comédia andasse de mãos dadas com assuntos sérios. Como a maioria dos roteiristas são escritores de comédia, eles tiveram que fazer checagens constantes para garantir que o tom estivesse adequado.
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Quero receberEu disse aos outros roteiristas: 'Quero que as pessoas riam, mas também vamos entrar em territórios muito sérios. E, quando o fizermos, vamos mergulhar de cabeça. Teremos episódios inteiros sobre perda de memória, morte ou as dificuldades emocionais entre pais e filhos adultos. Tivemos que nos perguntar constantemente: Estamos sendo levianos ao tratar disso? Verdadeiros? Há humor demais? Humor de menos?' Michael Schur
Nessa linha tênue, são criadas relações complexas, como a de Charles com sua filha Emily (Mary Elizabeth Ellis), que vive distante com o marido e os três filhos. "Foi um presente poder trabalhar essa complexidade com o Ted, que apareceu com tanta generosidade, abertura e disposição para se conectar. É muito empolgante trabalhar temas difíceis dentro da bolha segura de uma comédia, trazendo humor e leveza para coisas que são difíceis de falar."
Se a relação de Charles com a filha traz dilemas familiares, a vivência do protagonista com a detetive Julie (Lilah Richcreek) garante boas risadas. É ela quem coloca um anúncio no jornal buscando um idoso entre 75 e 85 anos para infiltrá-lo na casa de repouso. Juntos, formam uma dupla inusitada. "São opostos completos. Ted Danson trouxe tanta leveza, amor, diversão e brincadeira que era muito fácil entrar em cena e tentar mantê-lo na linha para que pudéssemos realizar esse trabalho de verdade."
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