Por que 'Wicked' pode ser um grande acerto no cinema?

Um verdadeiro "marco" na vida de muitas pessoas, a história do Mágico de Oz ganha um novo spin-off sobre a "história não contada das bruxas": "Wicked", que estreou nos cinemas na quinta-feira (21) com Ariana Grande e Cynthia Erivo.

A história parte do musical da Broadway, e segundo Flavia Guerra, se tornou o "spin-off mais bem-sucedido da história". "É um filme de origem", diz. "Ariana Grande está perfeita de Glinda. Eu fiquei com medo —'será que vai ficar meio afetada? A voz dela não é exatamente como o musical'—, mas ela está perfeita, as duas maravilhosas. O elenco está incrível".

Adorei a versão dublada e a versão original com as vozes. Está tudo no tempo, tudo maravilhoso, não tem barriga. Eu não sou aquela fã incondicional de musical —o musical tem que me ganhar. E esse ganha, e ganha muito. Está tudo direitinho, encaixadinho, desafiando a gravidade. Todos os pontos estão lá. É "fan service" de primeira categoria, mas para quem não é fã também funciona demais. E quem não é fã ainda vai se apaixonar de certeza. Flavia Guerra

No Brasil, as atrizes do musical de teatro são quem dublam as vozes nas atrizes norte-americanas no cinema. Segundo Fabi Bang, atriz e dubladora, o cinema as ajuda a ter "mais intimidade" com o público. "O espectador está diante daquela tela onde o personagem se aproxima dele."

Quando estamos no teatro, a gente precisa fazer com que o nosso tamanho espacial consiga alcançar um público que às vezes está sentado a 30 metros de distância, lá em cima do balcão. As emoções precisam chegar muito longe, a gente não tem a intimidade que o cinema tem. Fabi Bang

'Retrato de um Certo Oriente' acompanha irmãos em fuga da guerra

Baseado na obra homônima de Milton Hatoum, "Retrato de um Certo Oriente" (Marcelo Gomes) chega aos cinema nesta quinta (21). O longa acompanha a fuga de dois irmãos libaneses de seu país, que descobrem a floresta amazônica nos anos 1940 —retratando toda a injustiça e resiliência dessa jornada.

É um filme de pessoas que estão desterradas, procurando seu lugar no mundo. "Na história, Oafa se apaixona por um mercador, que é muçulmano, mas o irmão não aceita esse amor. Já no Amazonas, eles se deparam com os indígenas, brasileiros que também foram desprovidos de sua terra", diz Flavia Guerra.

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Acima de tudo, esta é uma história de amor, garante a jornalista. "É por isso que fiquei tão apaixonada: porque é uma história de amor linda, filmada em branco e preto. Uma fotografia que deixa a floresta estar presente, mas também traz o passado."

Boicote a 'Ainda Estou Aqui' é vergonhoso e ignorante --e não funciona

Apesar das campanhas de boicote, "Ainda Estou Aqui" tem lotado salas de cinema brasileiras e sido sucesso de bilheteria como há muito não se via.

O filme que retrata a família de Eunice Paiva na ditadura militar atraiu críticas da extrema direita, que o classificam como "campanha política". " A pessoa que diz isso nem viu o filme, mal viu o trailer", dispara Flavia Guerra. É um filme sobre uma questão de família, um Estado déspota que leva um pai de família e nunca mais dá um mínimo de satisfação. Isso não tem a ver com ser direita ou esquerda, tem a ver com direitos básicos de qualquer cidadão."

Não é possível que alguém vai boicotar um filme sobre um assunto tão crucial, um filme lindo que é drama de uma família. Se a pessoa assistir ao filme, vai falar: 'Nossa, que vergonha de eu ter falado isso'. Flavia Guerra

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Para a jornalista, não se trata de um filme "panfletário", e a campanha de boicote é "surreal" —e não tem surtido qualquer efeito. "Esses que estão fazendo a campanha do boicote são pessoas que não vão ao cinema, não prestigiam o cinema brasileiro, não sabem dizer nem dez nomes de filmes brasileiros", acrescenta Vitor Búrigo.

É um boicote tão vergonhoso que chega a ser engraçado. É cômica a ignorância dessas pessoas pedindo o boicote a um filme por questões políticas. Não está funcionando, como muitas coisas que vocês tentam boicotar, não funcionam. 'Ainda Estou Aqui' fez um milhão de espectadores em duas semanas, e vai fazer muito mais. Vitor Búrigo

  • Apresentado por Flavia Guerra e Vitor Búrigo, Plano Geral é exibido às quartas-feiras, às 11h, no canal de Splash no YouTube e na home do UOL, com as principais notícias sobre cinema e streaming. Você pode ainda ouvi-lo no Spotify, Apple Podcasts e Google Podcasts.

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