Senna morreu na pista? Jornalista buscou ex para saber detalhes de autópsia
A série "Senna", que será lançada pela Netflix na próxima sexta-feira (29), termina com a morte do piloto em maio de 1994. Apesar de reproduzir cenas de familiares em luto e do cortejo em São Paulo, produção não detalha atendimento médico na pista e a chegada ao Hospital Maggiore, em Bolonha, Itália.
O que diz autópsia
Informações foram apuradas por Flavio Gomes, então repórter da Folha de S.Paulo, que cobria corridas de Fórmula 1 na época. Repórter descobriu que Cristina, uma ex-namorada, fazia parte da equipe que participou da autópsia do piloto. A médica responsável pelo atendimento foi Maria Teresa Fiandri.
Do ponto de vista legal, Senna não morreu na pista. Ele deixou o local com batimentos cardíacos e pressão arterial graças a uma traqueostomia e uma transfusão de sangue, ambas feitas no helicóptero. Mas as lesões que ele teve eram 'incompatíveis com a vida', segundo Cristina.
Flavio Gomes em papo exclusivo com Splash
Cristina explicou declaração em reportagem publicada pela Folha de S. Paulo na época. "Ele morreria de qualquer forma. Do ponto de vista cerebral, já estava morto. Porém, a morte cerebral só pode ser atestada a partir de exames que não seriam feitos na pista por um paramédico. Ele continuava respirando, e um socorrista precisa pensar em reanimá-lo."
Ele não sobreviveria, em hipótese alguma. Mas é obrigação dos médicos tentarem salvá-lo até o último momento. Flavio Gomes, sobre declaração da ex-namorada
O piloto sofreu lesões após parte da suspensão do carro perfurar seu capacete em decorrência da batida. Ayrton sofreu fraturas múltiplas na base do crânio, esmagamento da testa, rompimento da artéria temporal e uma hemorragia nas vias respiratórias, segundo o laudo.
Em 2004, dez anos após a morte de Ayrton Senna, Flavio Gomes conversou com a médica Maria Teresa Fiandri. Quando ela encontrava brasileiros, as perguntas eram sempre as mesmas. Questionavam se em algum momento Ayrton "voltou", deu algum sinal de vida ou abriu os olhos. Ela disse que não, nunca aconteceu", contou o jornalista.
Ayrton Senna chegou morto [ao hospital]. Tinha os sinais vitais, porque os equipamentos permitiram isso. Porém, estava morto. As lesões eram irreversíveis. Era um atleta fisicamente muito forte, mas a morte era uma questão de tempo. Flavio Gomes, sobre declaração de Maria Teresa Fiandri
Episódios de "Senna" serão lançados pela Netflix na próxima sexta-feira (29). Em seis capítulos, a produção detalha o início do brasileiro no automobilismo e termina com a morte do piloto.