Diretor de 'Ainda Estou Aqui' é um dos cineastas mais ricos do mundo
"Ainda Estou Aqui" é a maior esperança brasileira no Oscar em anos. O filme de Walter Salles, 68, levou o prêmio de "Melhor Roteiro" no Festival de Cinema de Veneza, e a imprensa internacional coloca a produção entre os fortes candidatos para o Oscar, como apontou a revista The Hollywood Reporter.
O cineasta responsável pela obra tem uma fortuna avaliada em US$ 4,5 bilhões (R$ 26 bilhões na cotação atual). A estimativa é da Forbes Brasil, que o colocou entre os principais bilionários do país.
Ele também é o 3º cineasta mais rico do mundo. Salles fica atrás apenas de George Lucas e Steven Spielberg, ambos com US$ 5,3 bilhões.
Quem é Walter Salles
Filho do embaixador Walther Moreira Salles e da embaixatriz Elisa Margarida Gonçalves Moreira Salles, Walter é irmão do banqueiro Pedro Moreira Salles e do documentarista João Moreira Salles. Ele é meio-irmão do editor Fernando Moreira Salles, do primeiro casamento de seu pai, com Hélène Matarazzo. Seus irmãos também estão na lista de bilionários da Forbes.
Estudou economia na PUC-RJ e cursou licenciatura em comunicação audiovisual pela Universidade do Sul da Califórnia, nos Estados Unidos.
No começo da carreira de cineasta, ele dirigiu Krajcberg, o "Poeta dos Vestígios" (1986) e "Socorro Nobre" (1995). Logo em seus primeiros filmes, ele ganhou prêmios em vários festivais, como o Fipa d'Or de Melhor Documentário, da França, e Prêmio do Público no Festival dei Popoli, em Florença, na Itália.
Em 1998, Walter Salles lançou um dos principais longas-metragens da história do cinema nacional: "Central do Brasil". Indicado a dois Oscars, o filme concorreu a melhor filme estrangeiro e Fernanda Montenegro, protagonista, concorreu como melhor atriz. O longa-metragem, porém, não ganhou em nenhuma categoria.
Salles dirigiu também "Abril Despedaçado" (2001), "Diários de Motocicleta" (2004), "Na Estrada" (2012) e, junto com o irmão João Moreira Salles, produziu trabalhos de cineastas como Eduardo Coutinho, Karim Aïnouz, Sérgio Machado e Nelson Pereira dos Santos.
De onde vem a fortuna de Salles
Walter Salles é neto do fundador do que hoje é o Itaú Unibanco e membro de uma das famílias mais tradicionais de banqueiros do Brasil. Em 2008, o Unibanco foi fundido com o Itaú, formando o maior banco da América Latina.
Pai investiu na indústria do nióbio. Em 1965, o Almirante Arthur W. Radford, da Marinha estadunidense, convenceu Walther Moreira Salles a investir na produção de nióbio em Minas Gerais. Posteriormente, Moreira Salles, o pai, adquiriu uma parte das ações de Radford. Hoje, a empresa domina 80% do mercado mundial de nióbio.
Walter e os irmãos João, Pedro e Fernando Moreira Salles ainda herdaram ações da CBMM, líder mundial no fornecimento do nióbio.
Em 2022, Fernando e Pedro Moreira Salles compraram as partes de João e Walter na holding que controla a fatia familiar do Itaú Unibanco.
A família mantém, ainda, o Instituto Moreira Salles. Dedicado à conservação das artes, o IMS promove exposições de artes plásticas, cinema, fotografia e música, além da conservação de acervos e promoção da cultura brasileira.
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