Ana Paula Minerato é processada pela Secretaria de Justiça por fala racista
De Splash, em São Paulo
26/11/2024 11h50
A Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo abriu um processo contra Ana Paula Minerato para apurar os áudios racistas atribuídos à modelo.
O que aconteceu
A Coordenadoria de Políticas para a População Negra (CPPN) abriu expediente na Ouvidoria para apuração do caso, segundo nota da Secretaria. "As partes envolvidas, garantindo o direito de apresentação de defesa preliminar", diz ainda o comunicado.
A CPPN também está à disposição da suposta vítima, oferecendo acolhimento e orientação necessárias. A vítima seria a cantora Ananda, do grupo Melanina Carioca.
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Minerato foi demitida após vazamento de áudios
Áudios com falas racistas de Ana Paula Minerato vazaram nas redes sociais. KT Gomez, ex-namorado de Ana Paula, diz que foi ele quem gravou as falas durante uma ligação telefônica.
Em uma ligação, Minerato chama Ananda de "neguinha" e usa expressões como "cabelo duro". "Você gosta de mina cabelo duro, de neguinha? Ali é neguinha, alguém ali, um pai ou a mãe veio da África, tá na cara", diz ela, em um dos áudios. "Você foi lá comer ela onde? Onde que você comeu ela? No hotel dela? Com Melanina Carioca? Você foi lá? Ela e quem mais? Aí ela te mostrou vídeo dando pros caras também, para os 'negão' lá do Melanina Carioca?", diz outra gravação.
Minerato foi demitida da Gaviões da Fiel e da Band após a repercussão dos áudios. Ela era musa da escola de samba e apresentava o programa Estação Band FM, na rádio. Ambas instituições afirmaram que as falas não são compatíveis com os valores por elas defendidos.
O grupo Melanina Carioca se manifestou contra Minerato e em defesa de Ananda. "Deixamos claro que o Melanina Carioca e todos os seus integrantes são contra qualquer ato de racismo e repudiam com veemência atitudes como as que foram divulgadas. O racismo não tem espaço em nossa música, em nosso movimento ou em nossa sociedade", afirmou a banda, em nota.