Incesto, pedofilia, nudez: relembre temas polêmicos da novela 'Tieta'
"Tieta" já está confirmada como a próxima novela do Vale a Pena Ver de Novo, mas terá menos capítulos que a versão original, exibida em 1989. Os cortes servem para dar dinamismo à trama, mas também para cortar temas polêmicos e considerados fortes para serem exibidos na faixa vespertina da Globo.
Relembre temas polêmicos do folhetim
Incesto: não era só Perpétua (Joana Fomm) que não gostava da aproximação de sua irmã, Tieta (Betty Faria), com seu filho, Ricardo (Cássio Gabus Mendes). A relação entre tia e sobrinho foi um dos pontos polêmicos da novela e levou tempo até ser aceita pelos telespectadores. E, muito provavelmente, não seria possível nos dias de hoje. O fato de o jovem ser um tímido seminarista tornou o tema ainda mais delicado.
Pedofilia: mesmo inexperiente, Imaculada (Luciana Braga) sabia que Artur da Tapitanga (Ary Fontoura) não era flor que se cheire. A "rolinha" mais empoderada de seu harém nunca deu chance para o prefeito de Santana do Agreste, a quem enganava constantemente para não lhe fazer favores sexuais em troca de casa e comida, como as demais. Apesar da aparência de menina púbere, a atriz tinha 26 anos na época.
Nudez em vinheta: 'Tieta' causou até na vinheta de abertura com os seios de Isadora Ribeiro à mostra. Na época, houve polêmica, claro, mas mamilos se tornaram ainda mais tabus com o passar dos anos, sendo vetados nas redes sociais. A vinheta foi editada em 1994 para cortar nudez. Trama, aliás, também mostrou outros corpos, incluindo o de homens, algo mais incomum na teledramaturgia. Cássio Gabus Mendes gravou duas sequências completamente nu, por exemplo.
Fanatismo religioso: Beata por fora, reprimida por dentro, Perpétua (Joana Fomm) era a maior fiscal da moral e dos bons costumes, embora cometesse atitudes as quais dizia reprovar. A mentora de Amorzinho (Lilia Cabral) e Cinira (Rosane Gofman) acreditava ter mais autoridade na paróquia que o padre Mariano (Claudio Corrêa e Castro). A viúva, aliás, tem um segredo nada "puro" —ele é revelado no capítulo final.
Machismo: assim que volta à cidade natal, Tieta é recebida por Bafo de Bode (Bemvindo Sequeira), o bêbado da cidade, que "elogia" a beleza da protagonista dizendo que ela "não é uma mulher, é uma plantação inteirinha de xibiu" (palavra usada para se referir ao órgão sexual feminino). Além disso, quenga é uma ofensa usada como vírgula na trama, o que pode ser visto como naturalização do machismo.
"Tieta" é uma obra de Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares. Está prevista para reestrear em 2 de dezembro, fazendo dobradinha com a reta final de "Alma Gêmea", no Vale a Pena Ver de Novo.
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