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Viu filme assim que estreou? Por que assistir na 1ª semana ajuda o longa

Cartaz do filme "Ainda Estou Aqui" Imagem: Divulgação

De Splash, em São Paulo

03/12/2024 12h00

Lançado em 7 de novembro, o filme "Ainda Estou Aqui" segue como um dos mais vistos nos cinemas brasileiros. Desde então, o longa do diretor Walter Salles já ultrapassou a marca de 2 milhões de espectadores no país. A alta procura na bilheteria, principalmente na primeira semana, tem um papel importante na permanência do filme nas salas de cinema.

Por que é importante ver filme na primeira semana?

Quanto maior o número de espectadores nos primeiros dias, maior a chance de o filme ficar mais tempo em cartaz. Segundo Rodrigo Saturnino, diretor da Filme B, se a distribuição do longa "erra no lançamento" (nos primeiros quatro dias, de quinta-feira a domingo), ele não tem mais chance.

Todo esforço do distribuidor é no primeiro final de semana. Depois, é um trabalho de acompanhamento. Isso vai servir de base para comentários a respeito do filme, o boca a boca, que vai crescendo a partir disso. Rodrigo Saturnino

Filme garante mais tempo em cartaz se está trazendo dinheiro para o cinema, explica especialista. Saturnino, que trabalhou por mais de 40 anos na área de distribuição, diz que é possível sentir o termômetro — bom ou ruim— do filme durante a primeira semana.

Se um filme já vai mal na primeira semana, ele não vai mais ficar tanto tempo em cartaz. Ele vai perdendo sessões porque não dá dinheiro. Não é como acontece na televisão, que dá para recuperar [a audiência] em outros episódios. Rodrigo Saturnino

Período em cartaz é acordado antes com o cinema. Geralmente, são duas semanas, pelo menos, de acordo com o especialista. No entanto, se a audiência não é alta, é normal o longa perder espaço nos cinemas. "O tempo é acordado antes e muito respeitado, mas se é um desastre, não tem muita coisa para fazer", diz.

"Ainda Estou Aqui" é um exemplo que abriu a estreia em alta e subiu ainda mais. Saturnino conta que o fenômeno é raro. "Tem acontecido mais depois da pandemia porque o público está mais seletivo do que antes", explica. "Antes não existia tanta oferta nos streamings e no cinema, então as pessoas escolhem melhor", fala.

Outro exemplo dado pelo especialista é o filme "Malu", do diretor Pedro Freire. "Ele está em poucas salas de cinema, mas o sucesso é boca a boca, que faz com que se amplie e o mercado queira exibi-lo", diz. "Ainda acho que está com a demanda reprimida porque estreou com poucas salas e agora está aumentando."

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