Conteúdo publicado há 19 dias

Felipe Neto provoca Bolsonaro após isenção milionária: 'Foi ele quem deu'

Felipe Neto rebateu Jair Bolsonaro (PL) após o ex-presidente provocá-lo com uma cena em que o influenciador aparece abraçado à namorada, Juliane Carvalho, durante a final da Taça Libertadores, no sábado (30), na Argentina.

O que aconteceu

Bolsonaro repostou nas redes sociais vídeo de Neto e Carvalho durante a partida. Na legenda da publicação repercutida pelo ex-presidente, está escrito: "Quantos bilhões de isenção fiscal essa cena linda merece?".

Neto reagiu ao post de Bolsonaro em tom de provocação. "Galera, estou alugando um triplex que possuo dentro da mente do ex-presidente inelegível", escreveu o youtuber.

Em seguida, Felipe afirmou que a isenção milionária obtida por uma de suas empresas foi concedida pelo próprio Bolsonaro. "Detalhe: quem deu a isenção fiscal para uma das minhas empresas foi o próprio governo Bolsonaro".

Felipe Neto rebateu o ex-presidente Jair Bolsonaro
Felipe Neto rebateu o ex-presidente Jair Bolsonaro Imagem: Reprodução

Entenda a treta

Ao alfinetar Felipe Neto, Bolsonaro fez menção à isenção milionária que a Play9, uma das empresas do youtuber, obteve do Governo Federal. No total, a Play9 obteve benefício fiscal de R$ 14,3 milhões entre janeiro e setembro de 2024 por meio do Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos), que foi criado pelo governo Bolsonaro durante a pandemia de covid-19. Os dados foram divulgados no mês passado pela Receita Federal.

Diversos famosos foram beneficiados com o Perse. Gusttavo Lima, que é apoiador declarado de Bolsonaro, conseguiu isenção de R$ 18,9 milhões em isenções somente neste ano por meio da Balada Eventos e Produções Ltda. Outra empresa do sertanejo, a Balada Bilheteria Digital Ltda, também conseguiu R$ 1.984,514 em benefícios.

Leonardo, que também é bolsonarista, foi outra personalidade que obteve isenção milionária graças ao Perse. O sertanejo conseguiu benefício de R$ 6 milhões na Talismã Administradora de Shows e Editora Musical Ltda, e mais R$ 2,6 milhões pela Talismã Digital - Agenciamento, Marketing e Publicidade Ltda.

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Outros famosos beneficiados com o Perse foram: Virgínia Fonseca, Luisa Sonza, Simone Mendes, Eduardo Costa, Luísa Sonza, Bruno Gagliasso e Ludmilla.

O que dizem os famosos

Apenas Felipe Neto e Gusttavo Lima se manifestaram publicamente sobre terem suas empresas na lista de beneficiadas do Perse. As demais personalidades não quiseram comentar.

Felipe Neto explicou que é sócio minoritário, "sem participação na gestão financeira" da Play9. Ele ressaltou que é sócio majoritário da Netolab e que esta empresa, embora se enquadre no programa, e tenha "direito a milhões em isenções fiscais, eu recusei e segui pagando 100% dos impostos". "Fiz isso porque a Netolab não tinha sido prejudicada pela pandemia. Foi nesse período que meu canal [no YouTube] estourou todos os recordes de acessos", afirmou.

Em nota, Lima justificou que a Balada Eventos "está dentro das regras fiscais do Perse". Ele disse que a divulgação da lista de empresas beneficiadas pelo programa no site é de "suma importância, pois reflete a transparência e compromisso do Governo em cumprir o regramento do Perse".

O que é o Perse

O Perse é um programa criado pelo governo federal em 2021, na gestão de Jair Bolsonaro, para apoiar o setor de eventos durante a pandemia de covid-19. O programa concede incentivos fiscais, auxílio financeiro e outras formas de suporte para promover a recuperação econômica de empresas e profissionais da área de evento.

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Para terem acesso ao Perse, as empresas devem, obrigatoriamente, ter se habilitado legalmente. Na prática, o programa garante a redução das alíquotas a 0%, pelo prazo de 60 meses, para os tributos incidentes sobre as receitas e os resultados obtidos nas atividades do setor de eventos.

Tem direito ao programa empresas que atuam, entre outros, no segmento de restaurantes, agências de viagens, filmagem de festas e eventos, produções de espetáculos e promoção de eventos esportivos. Vale ressaltar que solicitar o benefício não é ilegal, desde que cumpridos os requisitos legais e todos os prazos e exigências do programa.

No total, empresas do setor deixaram de pagar R$ 9,6 bilhões em impostos entre os meses de janeiro e agosto de 2024, segundo a Receita. Esse valor foi suprido por impostos pagos pela sociedade. Foram habilitadas a usufruir do benefício fiscal 11.877 empresas, uma redução em relação a 2023, quando foram habilitadas 16.181 empresas.

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