CCXP 24: maior roteirista de quadrinhos dos X-Men esbanja deboche em painel
Thales de Menezes
Colaboração para Splash, em São Paulo
05/12/2024 17h50
Aos 74 anos, a lenda viva dos quadrinhos Chris Claremont deu um show de deboche e crítica no painel do palco Thunder, que trouxe os X-Men para o centro da discussão no primeiro dia da CCXP 24.
Maior roteirista dos gibis dos mutantes, escrevendo por 17 anos seguidos as histórias da revista "Uncanny X-Men", ele não perdoou a Fox, a Marvel Studios e até a plateia barulhenta do vizinho palco Omelete.
O título do painel já entregava: "HQ: A Mim, Meus X-Men"; tradução de um chamado do Professor Xavier que Claremont escreveu inúmeras vezes em seus roteiros.
Foi anunciada a participação do desenhista John Romita Jr., que fez parceria com Claremont nos X-Men de 1988 a 1990, mas ele não compareceu na primeira parte do painel. O público não recebeu nenhuma explicação sobre sua ausência.
Completaram o painel dois brasileiros que estão desenhando há um bom tempo para a Marvel, Lucas Werneck e RB Silva. Ambos destacaram o orgulho de desenhar X-Men e dedicaram boa parte de duas intervenções a enaltecer o trabalho de Claremont.
Por sua vez, o roteirista pegou pesado com a Fox, estúdio que fez os filmes dos X-Men até agora. "Ninguém por lá tem mais de meio cérebro! Vejam o sucesso de 'Wolverine & Deadpool'. Se a Fox tivesse tratado os X-Men como deveria, quanto estariam faturando agora?"
Ele fez questão de repetir "Wolverine & Deadpool", invertendo a ordem dos nomes dos heróis no título do filme, para destacar que considera Wolverine o mais importante da dupla.
Guilherme Jacobs, editor-chefe do Omelete e apresentador do painel, disse que conversou com gente da Marvel que revelou a apreensão do estúdio por assumir a partir de agora a produção dos próximos filmes dos X-Men.
Ele perguntou então a Claremont se o roteirista tinha algum conselho para dar ao pessoal da Marvel. Exibindo o riso debochado e constante que apresentou o tempo todo, Claremont foi direto, quase berrando: "Me contratem!" O público aplaudiu enlouquecidamente.
A última pergunta feita aos três convidados foi qual seria o poder mutante que eles gostariam de ter. Os brasileiros elegeram superforça e manipulação do tempo. Aí Claremont atacou de novo: "Eu gostaria de ter o poder de obrigar o pessoal do palco ao lado fazer menos barulho!".
Uma hora depois do painel, o atrasado John Romita Jr. se juntou ao grupo que foi ao palco Omelete para mais uma rodada de conversas. Ele e Claremont mostraram sintonia, conversando sobre vários personagens mutantes e falando sobre a influência do trabalho deles na bem-sucedida série animada "X-Men '97".