Lixo doentio? 'Calígula' ganha nova versão com cenas recicladas do original
A superprodução independente da década de 1970, alvo de polêmicas —foi até chamada de "holocausto moral"—, está de volta. A nova versão de 'Calígula: O Corte Final' conta com cenas inéditas e ângulos ainda não explorados, e foi criada graças à abundância de gravações brutas. Mais de 90 horas de negativos originais, que se pensava estarem destruídos, são o motor para a reciclagem do longa.
O que muda
O filme já foi exibido em Cannes e estreia nesta quinta-feira (5) nos cinemas brasileiros. A versão totalmente restaurada em 4k promete ser mais elaborada, mesmo que mantenha muitas das chocantes cenas eróticas.
Muitas das cenas que haviam sido descartadas na montagem do primeiro longa foram aproveitadas. São partes inéditas com novas cenas especialmente selecionadas e outros ângulos não explorados anteriormente.
Estamos falando de um filme polêmico, que naturalmente desperta a curiosidade. Além disso, um título em que a versão original estava fora do catálogo das grandes plataformas de transmissão de conteúdo há bastante tempo. Temos diversos pontos para acreditar que Calígula tenha potencial e capacidade de conquistar novos públicos. Ronaldo Bettini Junior, diretor de novos negócios da A2 Filmes
Para a reconstrução do filme e direcionamento da trama, essa versão contou com a participação do historiador Thomas Nevogan. O áudio foi amplamente restaurado com uma trilha sonora totalmente nova, feita por Troy Sterling Nies, que manteve o tom épico da obra.
A história
"Calígula" é sobre conflitos e poder em um enredo ambientado no Império Romano. A primeira versão foi marcada por confusão em meio à produção de Bob Guccione e direção de Tinto Brass, demitido para a entrada de Giancarlo Lui.
A alteração interna levou a uma completa desconexão da narrativa e até exibição de fatos fora de ordem. A confusão foi tanta que o próprio início de "Calígula: O Corte Final" lembra desses fatos. Os primeiros minutos do filme são dedicados a contar essa história.
Os críticos chamaram o filme de "lixo doentio e sem valor" e de "holocausto moral". A produção teve diversos problemas. Quando o filme foi finalizado, o orçamento tinha duplicado. O roteirista abriu processo para ter o nome dele removido, o diretor tinha sido expulso à força e tanto o editor quanto o compositor se recusaram a ter seus nomes nos créditos.
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