Filme jogável? 'Indiana Jones' vira personagem de game; saiba tudo sobre
A indústria de games anda cada vez mais próxima de Hollywood, compartilhando tecnologias, atores e até mesmo franquias. Depois de "The Last of Us", "Fallout" e "League of Legends" irem para as telas, agora é a vez de um filme chegar aos games com "Indiana Jones e o Grande Círculo", que traz uma aventura original e interativa do explorador mais famoso do cinema.
O game foi um dos destaques do estande da Xbox na CCXP 24. No evento, três estações estavam disponíveis para os visitantes jogarem por 10 minutos, além de uma brincadeira que desafiava a memória do público. Splash curtiu meia hora do jogo e conversou com Jens Andersson, diretor de design do projeto.
No trecho disponível, assumimos o controle de Indiana Jones durante uma fase no Egito. O local é em uma vila à sombra das imponentes pirâmides, próxima ao rio Nilo. A trama é ambientada em 1937, entre os acontecimentos dos filmes "Caçadores da Arca Perdida" (1981) e "A Última Cruzada" (1989). Controlamos o explorador em primeira pessoa, e há bastante liberdade para conhecer a vila como bem entender —desde que você não se importe de ocasionalmente sair na mão com os soldados nazistas que ali estão instalados.
Os gráficos são impressionantes pelas expressões faciais superrealistas dos personagens. A iluminação e os detalhes no cenário e roupas são outros destaques. Na jogabilidade, deu para explorar o combate corpo a corpo, que é pesado e pede que você tenha atenção para não se deixar derrubar pelos inimigos.
Há a opção de usar armas de fogo, mas não espere sair por aí metralhando nazistas: além de um revólver de confiança, Indy se dá melhor trocando socos e chicotadas, o que significa que é melhor enfrentar poucos inimigos por vez e usar bastante da furtividade.
Em dado momento, entramos em uma tenda para um dos objetivos da história principal. A cutscene que se sucedeu poderia muito bem ser tirada de um dos filmes de Steven Spielberg. Ali, Indiana Jones e sua acompanhante encontram uma informante, que lhes fala sobre artefatos místicos que o exército nazista está buscando na região. Durante a interação, o protagonista se assusta com a cobra de estimação da espiã, em um divertido momento em que tenta alimentá-la, apavorado.
Meia hora é pouco tempo para um jogo grandioso, mas foi o suficiente para deixar um gosto positivo, que parece ser fiel aos filmes ao mesmo tempo em que cria algo novo.
Fazendo um 'filme jogável'
Quem desenvolve "Indiana Jones e o Grande Círculo" são os suecos da MachineGames, estúdio que ficou conhecido pelos frenéticos jogos de tiro da franquia "Wolfenstein". É esse histórico, inclusive, que fez com que o game do explorador fosse um pouco menos intenso, segundo o diretor de design, Jens Andersson.
"É bastante intencional", disse Andersson em conversa com Splash sobre os tiroteios não serem o principal do jogo. "Amamos poder carregar duas escopetas em 'Wolfenstein', mas não é muito a cara de 'Indiana Jones'. Isso, inclusive, era uma preocupação nossa durante o desenvolvimento, de garantir que não fosse um jogo de tiro. Adoramos a perspectiva em primeira pessoa e achamos que seria perfeita para esse jogo, mas muita gente associa isso a jogos de tiro, então queríamos quebrar essa expectativa. Tentamos várias formas de encorajar o jogador a explorar outras funções e, no fim das contas, foi fácil: era só dar opções que fossem mais a cara do protagonista."
Ainda que seja um jogo em primeira pessoa, há vários momentos em "O Grande Círculo" em que a câmera se distancia e é possível ver o famoso explorador. O diretor explicou a decisão de combinar os dois estilos de câmera ao longo da jornada:
Com um personagem tão icônico, queríamos a oportunidade de vê-lo na tela, durante cutscenes e outros momentos, ao mesmo tempo que pensamos que a perspectiva em primeira pessoa é perfeita para colocar o jogador na pele de Indiana Jones. Esses outros momentos são, basicamente, trechos em que a perspectiva em terceira pessoa faz mais sentido, como quando quer ver mais do ambiente ao redor. Por exemplo, ao escalar uma parede com o chicote, a câmera em primeira pessoa significaria ficar encarando a parede, então aí valia se distanciar para a terceira pessoa. Encontrar esses momentos e tentar implementar um bom ritmo para a troca de perspectivas acabou sendo o segredo para fazer funcionar. Jens Andersson, diretor de design do jogo
"Indiana Jones e o Grande Círculo" parece ser um prato cheio para os fãs, recriando a aparência do jovem Harrison Ford e usando de todo o poder da tecnologia para imaginar uma aventura inédita para o lendário personagem. Por mais que a franquia tenha inspirado grandes sagas dos jogos, como "Tomb Raider" e "Uncharted", o diretor de design garante: "não há nada como o original".
"Indiana Jones é a aventura original", reforça Andersson. "Há tanto a se extrair [nos filmes]: ele é um professor e arqueólogo que também é um lutador e explorador de tumbas antigas e armadilhas. São elementos interessantes para a jogabilidade de um game, dá para imaginar um videogame só de assistir a um dos filmes. Acho que fizemos o mais próximo de um filme jogável de Indiana Jones."
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Quero receberO lançamento de "Indiana Jones e o Grande Círculo" acontece nesta segunda-feira (9), nos consoles Xbox Series X e S e no PC. O jogo estará disponível no catálogo do serviço Xbox Game Pass já na estreia.
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