Equipe gigante, história global, toque feminino: equipe sobre fazer 'Senna'
Logo de cara, "Senna" se estabelece como uma série muito ambiciosa: o primeiro episódio abre com o infame acidente que tirou a vida do piloto, mas logo a narrativa retoma para sua infância e depois as primeiras corridas de kart na adolescência. É um projeto que quer contar uma vida agitada em apenas seis episódios.
Triunfos, derrotas, romances e esperanças marcam a produção. "'Senna' foi um dos projetos onde mais tivemos condições perfeitas de trabalho. É a história de um dos maiores personagens que o Brasil já teve, que repercute até hoje no mundo inteiro", disse produtor Fabiano Gullane, na pré-estreia, no final de novembro.
Filmamos em quatro países, reconstituímos quase 30 corridas de Fórmula 1, temos atores de 14 nacionalidades, equipes de três unidades de filmagem, sendo rodadas simultaneamente na Argentina, Uruguai, Brasil e Inglaterra. É um projeto industrial, muito grande. O número total da nossa equipe chega a quase 15 mil pessoas. Pede concentração e disciplina, é um trabalho muito sério de todo mundo. A gente decidiu reconstituir a história como ela era originalmente.
Vicente Amorim, diretor geral e showrunner do projeto, reforçou que era preciso ir além do Brasil para ser fiel à história do ídolo brasileiro. "A história do Senna é uma história global. Ele virou quem ele virou fora do Brasil, na Europa, no Japão e no mundo todo. A Fórmula 1 já era, naquela época, um esporte multinacional. Contar essa história dessa forma era uma obrigação nossa."
Dentro do carro com Senna
As corridas são um dos pontos mais impressionantes do seriado, trazendo a autenticidade e emoção das pistas para as telas. Elas, claro, também não foram nada fáceis de fazer. "Filmar essas corridas era o maior desafio técnico, foi um trabalho enorme", disse a diretora Julia Rezende. "O Vicente [Amorim, diretor geral] capitaneou muito bem esse processo todo, que tem muito VFX [efeitos visuais] e muitos efeitos. Precisávamos fazer com que o espectador se sentisse dentro do carro do Senna."
"Através de diversas técnicas, a gente conseguiu", exaltou Rezende. "Filmamos muitas corridas reais com dublês e reproduzimos vários carros. Todo esse esmero da equipe de arte, figurino e caracterização está lá, imprimindo e ajudando a narrar isso."
A cineasta afirma que foi aí que "Senna" se beneficiou de um olhar feminino. "Acho que a minha entrada nesse projeto tem muito a ver com trazer um olhar, uma sensibilidade para essa história e esse universo muito masculino da Fórmula 1. Minha contribuição veio muito nesse sentido, de sempre tentar humanizar esse homem, tentar entender o que havia na intimidade dele que o público poderia gostar de ver."
Nesse sentido, esse mergulho nas relações humanas e afetivas dialoga com o meu trabalho, apesar de ser um gênero novo para mim em uma série que tem ação e esporte. Mas, no final das contas, estamos falando de pessoas e seus sentimentos. Julia Rezende
Com seis episódios, "Senna" está disponível no catálogo da Netflix.
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